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Não sou desenvolvedor #byCrisp
Não sei se você sabe, mas não sou desenvolvedor, e mesmo assim estou cercado de produtos. Para não depender exclusivamente de meus desenvolvedores, eu tento ao máximo otimizar a gestão de meus negócios com ferramentas horizontais - que possam atender todos os meus produtos.
Neste caso, a estratégia que estou usando são os gatilhos (triggers) que incluo em diversos pontos da jornada dos clientes pelas páginas. Dessa forma, posso otimizar meu onboarding, aumentar minhas vendas e tirar dúvidas proativamente dos clientes.
Curiosidade: Você sabe como a Amazon Audible cancela assinaturas?
Em vez de cancelar, ela oferece a opção de pausar a assinatura por 30, 60 ou 90 dias.
É uma estratégica relativamente simples, e que provavelmente diminui significativamente o churn. Por que não testa?
Transformando um Micro-SaaS em uma companhia calma: empresa lifestyle business
Passei 10 anos construindo minha Startup. E é bizarro o ritmo de um fundador de Startup. A sensação que eu tinha é que em cada mês que passava acontecia tanta coisa que, na verdade, pareciam 3 meses - e os dias eram sempre muito longos.
Essa jornada me trouxe uma vasta experiência, mas, ao mesmo tempo, vários desafios a minha saúde mental e física. Sacrifiquei muito (muito mesmo) para conseguir crescer minha empresa e ir captando rodadas de investimento, e a cada ano e a cada etapa o desafio se tornava maior.
Depois de 10 anos, cheguei à conclusão de que não fazia mais sentido eu continuar investindo 100% do meu tempo e energia em uma única empresa, mas que eu deveria pulverizar meus riscos e meus negócios em várias pequenas apostas.
Foi nessa epifania que resolvi sair do dia a dia de meu negócio e construir um portfólio de Micro-SaaS. E eu prometi para mim mesmo que, dessa vez, eu não iria deixar aquela minha agitação (ansiedade pesada) e inquietude (pressão) se tornarem o imperativo do meu dia a dia, e que eu teria uma jornada mais tranquila, focada mais em equilíbrio.
Uma companhia calma
Recentemente, li uma newsletter de um empreendedor que admiro muito, chamado Justin Jackson, em que ele trouxe uma reflexão sobre a construção de negócios calmos.
De acordo com Justin, nos últimos anos, as grandes empresas de tecnologia estavam com dinheiro “sobrando”, e investiram pesado em crescimento e contratações de milhares de pessoas - colocando crescimento em vez de lucro. Eventualmente, o mercado e o capital secaram, e essas empresas acabaram mudando sua estratégia e demitiram milhares de pessoas.
Isso é uma realidade triste de corporações que buscam otimizar o retorno dos investidores, prejudicando todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente. Isso afeta toda a cadeia, desde os fornecedores, produtos e clientes.
Foi em uma dessas reflexões que Justin e seu sócio, Jon, começaram a Transistor, aos seus 30 e poucos anos de idade. Já tinham vivido o mercado de Startups e empresas VC-Backed (Startups que captararam investimento de capital de risco), passando por demissões em massa e altas fases de stress.
“Por que estamos construindo este negócio?”
Foi assim que chegaram à conclusão de que deveriam montar seu próprio negócio, e de que o foco deveria estar em melhorar suas vidas, em primeiro lugar.
Justin sabia que, para esse projeto funcionar, eles precisariam ter um motor financeiro forte e de longo prazo. Também sabia que, ao atingir este motor, eles poderiam definir como iriam construir seu negócio, quanto tempo iriam investir, e qual seria o retorno financeiro para a empresa e para os sócios.
How much financial margin would we keep in the business?
How much margin for our time?
What about leaving margin for our physical and emotional health?
Justin Jackson
Foi então que decidiram, tijolo por tijolo, montar uma empresa de tecnologia calma.
Transformando um Micro-SaaS em uma empresa calma
Depois dessa leitura do texto do Justin, passei alguns dias pensando em como um Micro-SaaS calmo poderia evoluir para uma companhia calma.
Existem projetos em nossa Comunidade que, há menos de 12 meses atrás, estavam faturando R$ 5 mil/mês. Hoje, já faturam mais de R$ 100 mil.
Há outros projetos, aindaa, que saíram de uma ideia para R$ 25 mil por mês. E cada vez mais nesses crescimentos, vejo os fundadores saindo de sua atividade principal para mergulhar 100% em seus negócios.
Como esses empreendedores podem fazer essa transição sem cair no caos de escalar uma empresa de tecnologia?
Antes de responder essa pergunta, quero fazer uma reflexão sobre como seria uma empresa calma em que eu amaria trabalhar.
As características de uma empresa calma
Pensando um pouco sobre os negócios que estou construindo, o que eu considero uma companhia calma consiste no pontos abaixo.
Lucro desde o primeiro dia
Um Micro-SaaS precisa gerar lucro desde o primeiro dia. O lucro tira aquela sensação de “vender o almoço para pagar o jantar”. Isso significa que, ao ter caixa, você pode reinvestir em mais oportunidades.
O segredo de um Micro-SaaS que entra na jornada de crescimento e amadurecimento é a geração de caixa. Se o fundador consegue deixar o caixa da empresa redondo e guardar uma parte do lucro, então o negócio está fadado ao sucesso.
Quer saber como fazer isso na prática? Veja este artigo.
Maior investimento em CSC
Durante a jornada de crescimento de um Micro-SaaS, são raras as oportunidades em que os empreendedores terão dinheiro para contratar uma pessoa em tempo integral durante o início do projeto.
Dito isso, a maior parte dos empreendedores vai tocar a construção do seu negócio em paralelo a uma atividade principal. Isso significa que, para crescer seu negócio, será necessário a participação de fornecedores.
Alguns exemplos de fornecedores:
Landingpage / UX / UI;
Copy;
Backend (para alguns);
Canais pagos (Ads) + gestor;
Criativos;
Edição de vídeos;
Contabilidade;
Jurídico.
E assim por diante... a lista é longa. Quanto antes você construir seu CSC e mais rígido for em relação a isso, melhor será seu ganho no longo prazo.
Recomendo sempre ter um processo seletivo baseado em pequenos testes e com contratos bem amarrados. Trabalhe com sprints curtas e rápidas.
Equipe enxuta, home-office e responsabilidades compartilhadas
Uma empresa calma não sai contratando pessoas em todas as semanas. As contratações devem ser pontuais, e com o objetivo de sanar o que é processo, ou seja, “core business”, dentro do seu negócio.
Por exemplo, você precisa integrar o sistema dos clientes com o seu, após a venda. Isso é core, e é preciso que haja uma pessoa dedicada a isso para você crescer.
Outra atividade core é o suporte. Seu suporte/comercial está ficando com um alto volume de demanda, e para isso você precisa contratar uma pessoa dedicada a essa atividade.
As equipes tendem a ser todas remotas, e todas dividem responsabilidades.
Dessa forma, diminui-se a dependência de uma pessoa a uma atividade específica, ajudando, também, na rotatividade, caso essa pessoa tire férias ou precise se ausentar do trabalho.
Foco no resultado e não em horas
Isso é o que me leva a gestão dessa equipe.
A gestão de uma empresa calma é feita na base dos resultados (previamente alinhados com todo o time).
O resultado é o foco, e não as horas de trabalho. Uma vez que o alinhamento de responsabilidades e atividades está claro, não há tanta necessidade de uma comunicação síncrona, permitindo que você trabalhe em janelas de horários independentes (exceto no caso do suporte/comercial).
Distribuição de lucro entre a equipe
E para manter essa equipe engajada no longo prazo, não existe nenhuma compensação melhor do que o dinheiro. Em uma empresa calma, a minha recomendação é distribuir uma parte do lucro para seu time.
Dessa forma, você retém talentos e mantém as pessoas alinhadas com o objetivo da companhia. A minha recomendação é distribuir algo entre 10% e 20% de todo o lucro com seu time.
Aqui na minha empresa, atualmente, eu tiro pequenos % de comissão de algumas vendas e distribuo entre meus fornecedores-chave (ex: a Samantha que me ajuda com o suporte dos produtos). Dessa forma, mantenho os melhores talentos por perto, enquanto cresço uma equipe de confiança.
Semana de 4 dias de trabalho
Na EUNERD, tentei implementar a semana de 4 dias de trabalho. Não deu certo, pois minha estrutura já era muito “rígida”, mas, eu acredito muito que uma empresa calma consiga se organizar para dar liberdade para seu time ter um dia da semana a menos de trabalho.
Isso significa que sua equipe e você, também, poderiam ter um dia para cuidar das coisas pessoais. Isso é muito importante para quem quer construir um negócio no longo prazo.
Essa semana de 4 dias não é para todos, mas, na minha opinião, seria um diferencial competitivo tremendo, promovendo um ambiente muito mais leve.
Receita e riscos pulverizados
Uma empresa calma não coloca todos ovos em uma cesta.
Nenhuma empresa em sã consciência deve depender exclusivamente de um cliente ou de um produto. O mercado muda muito, e os clientes também.
Uma empresa calma pulveriza sua receita em vários produtos e sub-produtos. Seu foco é, claramente, a extensão do LTV, fazendo up-sell e cross-sell na sua própria base.
Extra mille
Uma empresa calma foca em criar uma jornada e uma experiência para seus clientes. Isso pode ser feito de várias formas:
Experiência visual e/ou de jornada;
Experiência de suporte e/ou de pós-vendas;
Experiência com o produto.
A ideia é gerar valor para seu cliente como um diferencial competitivo - aquele famoso “extra mille” que você corre para encantar seu cliente.
No fim do dia, as pessoas não lembram do que compraram, mas, sim, de como você as fez se sentir.
Comunidade
Muitas empresas tratam comunidades como uma forma de reter os clientes e talentos, mas, a realidade é que uma comunidade é muito mais do que um grupo de pessoas discutindo sobre alguma coisa. É um ambiente de crescimento pessoal e profissional.
E, para você construir uma comunidade, você precisa aprender a gerar valor, para depois receber valor.
Construir uma comunidade será uma das habilidades mais importantes do século, e quanto antes você começar a gerar valor para seus clientes e as pessoas ao redor do seu negócio, maior será o valor que você vai colher nos próximos anos.
Governança e Responsabilidades Sociais
Como empreendedor e empresário de um negócio calmo, você não deve negligenciar para o futuro suas responsabilidades sociais e ambientais.
Você deve pagar seus impostos corretamente, apoiar a diversidade, se preocupar com seu meio ambiente e em tratar bem todos acionistas e stakeholders do seu negócio, desde a moça que passa o café até seu maior cliente, ou seus futuros investidores.
Governança é sobre construir pontes, relacionamentos, e pensar em um futuro responsável. Governança não se trata de regras e burocracia, mas, sim, de profissionalizar sua estrutura e de suas responsabilidades como empreendedor.
Lançar uma empresa envolve muito mais coisas do que apenas um produto e lucro.
Valores, missão e visão
A tomada de decisão de uma empresa calma não sobrepõe os valores que os fundadores criaram para seu negócio.
Mas o que é gerar valor? Valor trata de melhorar a vida das pessoas? Criar um produto excepcional? Criar um ambiente divertido e gostoso de se trabalhar? Impactar positivamente a sociedade? Criar oportunidades para sua comunidade?
Qual é o seu valor?
Qual é sua missão e visão?
As empresas calmas levam isso ao pé da letra.
Exemplo de missão: A minha missão da EUNERD é diminuir a distância entre as pessoas e a tecnologia.
Comunicação transparente e alinhada
Uma coisa é certa: para construir uma empresa, você precisa ter uma comunicação eficiente, seja ela com seus fornecedores ou com seu time. Você precisa ter uma comunicação que funcione e esteja alinhada. De nada adianta você ter uma comunicação que pareça um telefone sem fio e, no fim, a equipe anda em voltas.
Para construir uma comunicação transparente, isso precisa partir dos sócios. Por isso, é muito importante, desde o processo seletivo para contratar seus primeiros funcionários, que você tenha muito claro o formato de trabalho, a forma que as responsabilidades e atividades ocorrem, e quais são suas expectativas com essa nova pessoa.
A comunicação efetiva e a confiança são as chaves do sucesso no crescimento de uma companhia calma.
Fluxo de caixa e margem de contribuição
Se o foco é gerar lucro, e você precisa usar este lucro para criar caixa para seu negócio. A conta é simple - com caixa, você pode:
Reinvestir em novos produtos;
Trazer mais clientes;
Contratar pessoas e ferramentas;
Investir em outros projetos e oportunidades;
Remunerar os sócios.
Enfim, isso é o básico. Mas, se você começar um Micro-SaaS gastando mais do que fatura, provavelmente vai crescer “torto”. Por isso, desde o primeiro dia, tente operar sempre com a maior margem possível, ofereça o mínimo de desconto, e não gaste mais do que ganha.
Caixa é rei.
Retenção > Aquisição
Para um Micro-SaaS calmo crescer, é preciso que tenha um bom controle das assinaturas. Se você tem uma taxa de cancelamento (churn) acima de 15% ao mês, tem um grande desafio em mãos, pois seu balde está furado.
Se você começa a escalar com uma alta taxa de churn, significa que achou seu canal de aquisição, mas sua proposta de valor não está clara, e você está sangrando.
Com o tempo, seu esforço em adquirir novos clientes aumenta cada vez mais, e é quase impossível readquirir clientes que cancelaram. Dito isso, foque em fazer bem sua lição de casa e ter um churn controlado.
Em linhas gerais, um SaaS (média global) tem em torno de 3% de churn.
Eu não tenho um estudo aqui, mas, os projetos que acompanho de perto que cresceram via tráfego pago (Ads) e faturam menos de R$ 100k por mês têm um churn entre 10% e 20%. Coincidência?
Contra-escala
Uma empresa calma não busca a escala a qualquer custo.
Mesmo que você tenha um canal de distribuição que funcione, e você saiba que a cada R$ 2 que você coloca tem um retorno de R$ 6, uma empresa calma não quer escalar a qualquer custo, pois o que importa no fim do dia não é somente a grana e o MRR.
Uma empresa calma entende que escalar é estar sempre crescendo todas áreas e pessoas simultaneamente. A partir do momento em que você cresce muito, os processos começam a quebrar, e as pessoas começam a desmotivar.
O maior desafio do crescimento é sempre a transição do operacional para o estratégico. E isso precisa ser feito com muita cautela e sabedoria.
Metas flexíveis
Por fim, uma empresa calma não busca construir uma empresa forjada a ferro e fogo. As metas precisam ser atingidas, mas metas irreais podem desestabilizar os sócios, criar ansiedade e frustar o time.
As metas servem para dar uma direção de conquista para a companhia e criar um ritmo, mas elas também pode ser flexíveis. Uma meta saudável, é uma meta que leva a empresa para cima, e não que cause burnout em todos os funcionários.
Agora que navegamos pelos 15 pilares de uma companhia calma, vamos analisar um Micro-SaaS da nossa Comunidade Privada, que cresceu tanto sua receita que precisou evoluir para uma companhia calma.
Transformando o Meu James em uma companhia calma
Estudo de caso do Micro-SaaS que ultrapassou os R$ 150k de MRR.
E o mais divertido: os sócios não estão full-time no negócio.
“O que é calmo? Atingir até uma determinada renda?
O segredo está no limite que o empreendedor decidir.
O calmo está mais relacionado a sua visão e ao que você quer.”
José do Meu James
O segredo de construir um negócio calmo desde o primeiro dia é ter muito bem alinhado com seu sócio (caso tenha) que tipo de negócio e ritmo vocês querem seguir.
Quando o Meu James começou a crescer de forma previsível e exponencial, o Micro-SaaS começou a sobrecarregar os sócios, quebrando vários processos e chegando até a afetar a atividade principal. Na época, com o crescimento, o José teve que tirar férias para conseguir atender a demanda.
No início, o operacional demanda muito, mas, quando você identifica os principais nós e o ritmo que o negócio precisa seguir, é possível, aos poucos, ir montando uma equipe.
Se eles não tivessem alinhado previamente o formato de trabalho, o crescimento forçaria os sócios a sairem apagando incêndio em todos lados, levando ao caos.
“Hoje queremos crescer e continuar crescendo, mas o foco não é atrapalhar nossa atividade principal - principalmente compromissos que afetem as principais esferas como família e saúde.”
José
O foco é otimizar tudo que dá, sendo racional e planejado, e testando poucas coisas novas. O operacional não é nada calmo, e no início se quebra muito a cabeça.
1 pessoa no suporte, 1 pessoa nas integrações e 1 pessoa no comercial.
Atualmente, o time é composto de 3 sócios e 3 funcionários. Não existe escritório ou Slack. É tudo feito por um grupo de Whatsapp com uma rotina muito simples de alinhamento em todo início de dia.
“O grupo é tão simples, que tudo funciona por lá de forma assíncrona.”
O desafio é sempre a transição do operacional para o estratégico, mas se você faz isso com bastante planejamento, e empodera as pessoas, você vai se surpreender com o resultado.
Obrigado por ler até aqui :)