Bem-vindos a mais uma edição :)
Na edição de hoje, vou analisar 6 ideias da Comunidade Micro-SaaS.
Quer fazer parte da maior comunidade de Micro-SaaS do Brasil?
🥇 Você já ouviu falar de Founder-led Growth?
Essa é a estratégia que eu uso há 3 anos para crescer 5 redes sociais simultaneamente, em torno de um funil chamado ACP (awareness, community, product).
Essa estratégia me ajudou a construir conteúdo, autoridade, clientes e impactar milhares de pessoas.
Quem falou disso foi o próprio Rony Meisler - fundador da Reserva e membro do Micro-SaaS PRO.
Vou ensinar tudo o que aprendi sobre FLG nos últimos 3 anos, em um workshop exclusivo em Curitiba. Se você produz conteúdo e quer gerar leads para seus negócios, este workshop é para você.
Limite de 30 pessoas presencial, e 30 online.
Análise das Melhores Ideias de SaaS da Comunidade (PT1)
Bem-vindo à mais uma edição da Nova economia do Micro-SaaS :)
A news de hoje é um experimento de um novo formato de conteúdo. A ideia, aqui, é bem simples: avaliar os Micro-SaaS da Comunidade Micro-SaaS.
Inspirado na news do Lenny, decidi mesclar uma edição de texto com trechos de vídeos do YouTube. Compartilhe comigo comigo seu feedback no final desta edição. Vai me ajudar bastante a entender se vocês curtem conteúdos assim.
Ideia 1: Gateway de pagamento (Vítor Gouveia)
O maior desafio dos empreendedores de primeira viagem é, quase sempre, comunicar sua proposta de valor de forma clara e estruturada. É comum confundir proposta de valor com funcionalidades (features).
Sem essa clareza, fica difícil construir um diferencial competitivo.
Muitas vezes, ao acessar a página de um produto, a primeira coisa que vemos é um monte de informações de produto e funcionalidades - quando, na realidade, o foco é o resultado que a pessoa obtém, e não o meio.
Análise completa em vídeo
Este é o Post 1 que o Vitor fez, e este é o resultado da visibilidade que ele teve no Post 2.
Ideia 2: Sistema de feedback para estabelecimentos comerciais (Vinícius Pereira)
Curiosamente, os empreendedores de primeira jornada de 99% dos SaaS que nascem atualmente já estão pensando em como integrar seu core business com IA. Mas, será que IA é a solução de/para todos os problemas?
O desafio de validar uma ideia não é o produto, mas, sim, entender o que está por trás dela, ou seja, o problema que o cliente tem, e não um novo “meio” para ele resolvê-lo. Muitas vezes, podemos achar que aquilo é uma dor, e que as pessoas pagariam para resolvê-la, quando, na verdade, é somente algo “legal de ter”.
De novo, o foco não está na solução, mas, sim, no problema e no que a solução vai trazer para ele. Por exemplo:
O que esses feedbacks vão trazer de ROI para o dono? (proposta de valor)
Ele vai vender mais?
Ele vai ter retenção de clientes?
Ele calcula ou metrifica isso de alguma forma? Como?
É muito importante entender como é o comportamento em relação a essa dor. Depois de entender o comportamento, qual é o resultado que a solução dessa dor vai gerar?
Além disso, quando pensamos em estabelecimentos comerciais, estamos falando de um público muito aberto.
Por isso, falo tanto do processo de entrevista e porque ele é importante - temos que entender qual é a dor das pessoas para pensar no produto.
Caso contrário, começamos pensando no produto e, quando vamos lançar no mercado, falamos:
“Meus clientes são estabelecimentos comerciais 🤔”.
No Brasil, a maior parte das pequenas empresas são estabelecimentos comerciais. Ferrou.
O segredo está em entender a dor do seu possível cliente.
Análise completa em vídeo
Ideia 3: Assistente de pagamentos com IA (Anderson Pereira)
Bom, para começar, eu acho essa ferramenta muito simples. E isso é excelente.
Pontos positivos:
Fácil percepção de valor
Ferramenta muito fácil de construir um MVP - ele pode construir um MVP enviando um e-mail. Inclusive, pode construir um MVP como um serviço produtizado.
O que impede o Anderson de criar um formulário no Google em que as pessoas preenchem e ele, manualmente, envia um lembrete via WhatsApp? Em tese, ele poderia fazer isso. É um serviço que poderia validar através de um serviço produtizado (MVP).
A mensuração da proposta de valor é muito clara: ajuda as pessoas a pagar contas em dia, o que basicamente faz com que economizem dinheiro.
“Eu, pessoalmente, sou uma pessoa que atrasa direto minha fatura de cartão de crédito. Sou desorganizado, e essa ferramenta, por exemplo, resolveria meu problema. A mensuração do valor dela é muito óbvia e clara.”
Desafios:
Estamos falando de um público B2C - praticamente todo mundo do Brasil e do mundo que tem problema com contas. Quando temos um público muito aberto, assim, fica mais difícil testar alguns canais. Provavelmente, quando ele for fazer o go-to-market vai ter públicos muito variáveis.
Migração de B2C para B2B
Contra: público muito aberto. A minha sugestão é que eles foquem em PMEs, pois as PMEs também têm desafios de contas a pagar e receber, e também pagam juros.
Assim, as PMEs são um público mais focado e um pouco melhor do que B2C. Dessa forma, saímos de B2C e vamos para B2B dentro do mercado de PME.
O que eu faria seria, na verdade, criar três ou quatro landing-pages para o público que eu pressuponho que tenha essa dor. Você vai descobrir essa dor conversando com as pessoas.
Todas as LP’s podem manter a mesma estrutura do corpo do site, exceto o hero. O hero eu mudaria para colocar algo específico para cada público de PME que eu pressuponho que seja o meu público-alvo. Ex: franquias.
Em seguida, faria um pouco de Meta Ads. Buscaria pessoas que talvez não tenham tanta consciência da dor, e jogaria todas para essa LP e para o WhatsApp (50% em cada). Essa estrutura se chama FAKE DOOR.
Análise completa em vídeo
Ideia 4: Plataforma de vendas via WhatsApp (Leo Santos)
O que gosto dessa ferramenta é que é uma ferramenta prática e simples. WhatsApp = adoção total e baixa barreira de entrada.
O segundo ponto positivo de lidar com o WhatsApp é que ele tem um alto coeficiente de viralização. Qualquer feature que você desenvolva no WhatsApp é fácil de as pessoas compartilharem umas com as outras. Isso abre muito a oportunidade de você viralizar.
O desafio é que já existe muito player grande no mercado, e isso é um risco muito grande (lançarem uma “feature” e matar seu negócio). É claro que isso pode ser ser um bônus, também, afinal, se a empresa escala rápido, pode ser adquirida por um player maior.
Outro ponto é a aquisição de clientes - mercado extremamente concorrido, o que significa que você precisa ser criativo. Produção de conteúdo é um caminho quase que obrigatório - conteúdos orgânicos virais.
Além disso, a proposta de valor não é tão simples - quando você pensa na praticidade de fazer tudo via WhatsApp, por um lado, passa sentimento positivo (baixa barreira de entrada), mas, por outro lado, passa um sentimento de falta de profissionalismo, de falta de experiência do usuário.
Quando pensamos "putz, é tudo por WhatsApp".
Fica a dúvida até onde isso é seguro e importante, talvez, por questões mais culturais, até porque os usuários já estão acostumados a usar a versão web.
Análise completa em vídeo
Ideia 5: Redutor de contas de celular (Diego)
O projeto é bacana. Um MVP de comparação de planos, pacotes e combinações de operadores.
A proposta de valor dele, na verdade, não é que vai trazer uma redução para sua conta, imediatamente, mas, pelo que entendi, vai trazer pacotes similares ao seu com preços mais baratos, o que é bem bacana e gera um valor rápido.
Mas, será que as pessoas entendem que isso resolve uma dor?
Quando pegamos essa ideia, existe uma percepção cultural sobre a consciência da dor. As pessoas, culturalmente falando, já são acostumadas a consumir e pagar mensalmente por suas linhas. Será que elas têm consciência dessa dor?
Outro ponto é o desafio do público-alvo que são “todas as pessoas que têm um plano de celular.” Estamos falando de um público muito abrangente, e isso significa que nem todo mundo tem essa dor.
O que eu faria seria olhar para B2B, porque B2B, sim, de fato, tem essa dor de reduzir custo. Para o B2B, qualquer custo que possa ser reduzido será providenciado. Reduzir custo de celular é uma dor muito grande para empresas.
Porém, um ponto de atenção é que já tem muita concorrência. Seria muito legal entender um diferencial competitivo, porque tem muitos sistemas completos e complexos de gestão de telefonia para empresas. Conheço algumas empresas que são muito grandes e sólidas, então, entrar nesse mercado B2B é um desafio bem grande.
Outro ponto também é a parte da monetização. Se você tem uma proposta de valor que ajuda a pessoa a reduzir custo, a percepção tem que ser muito clara e o "aha-moment" muito óbvio.
Por exemplo, se eu pago R$200 para reduzir custo, quero que minha redução de custo seja de R$1.000 (4-5 vezes o ROI do que estou pagando). E preciso dessa percepção.
Se você vai reduzir um custo de celular em que o gasto é de R$89 por mês, isso não te dá muita margem para cobrar em cima. Além disso, não é um problema recorrente - uma vez que reduzi o custo do meu telefone, não vou precisar fazer isso todo mês. Aí você não tem a recorrência, então, também tem um problema de monetização que é intrínseco ao seu modelo de negócio.
Análise completa em vídeo
Ideia 6: Plataforma de marketing para criadores (Cleiton Adriano)
Este projeto é bem interessante, porque a proposta de valor dele impacta diretamente no ganho financeiro dos clientes.
As propostas de valores que impactam diretamente no bolso das pessoas, seja na redução de custo ou no ganho financeiro, são as melhores, porque são fáceis de calcular, e todo mundo quer ganhar mais e gastar menos.
O que gosto dessa ideia é que ela consegue ajudar as pessoas a achar canais de vendas, mas, o desafio é: mesmo encontrando canais de vendas, como você vai medir o ROI que dá para a pessoa? Vamos refletir sobre o a-ha moment.
O A-ha moment
O primeiro ponto é como medir o ROI dos clientes, porque está completamente ligado ao "a-ha moment". O desafio aqui é que ele depende de terceiros.
O a-ha moment depende integralmente do resultado do cliente proveniente da interação dele com um fornecedor ou influenciador para conseguir seus primeiros leads orgânicos.
Em tese, quanto mais rápido você levar para o "a-ha moment", maior será a sua conversão, e mais você reterá as pessoas. Quando você depende de um fator terceiro para seu "aha moment", você vai ter muita variação de churn e na sua conversão. Esse já é um grande desafio ao depender de terceiros.
Público aberto
Outro ponto relevante também é: como você vai medir a eficiência de cada ICP (cliente ideal)?
Quando você tem um público muito aberto - quando falamos de produtos digitais e físicos, estamos falando de praticamente todos os infoprodutores que vendem qualquer coisa na internet, e o Brasil é um mercado gigantesco (tanto que temos unicórnios de infoprodutos aqui) - é muito importante tentar entender como validar esse valor para esses múltiplos públicos.
Nicho & Público-alvo
Temos uma barreira que é a barreira do nicho e público-alvo. Na minha visão, falta entender também o nicho, o público-alvo, e mapear melhor as dores deles para tentar entender quem tem mais a dor de fazer o go-to-market.
Por fim, deixo uma reflexão sobre o produto. Um serviço pode facilmente validar o produto. Você pode tranquilamente entregar isso on demand para qualquer pessoa - em tese, poderia montar uma landing page, a pessoa colocar o produto dela, você fazer essa análise na mão, cobrar um valor transacional (não precisa ter recorrência), e entregar para ela o que precisa, mastigado, em um documento bem bonitinho.
Assim, você valida a solução sem precisar construir um produto, o que eu acho sensacional e recomendo para todo mundo.
Análise completa em vídeo
Obrigado por ler até aqui.
Sei que ainda tem pouca gente comentando aqui. Então gostaria de enfatizar que este novo formato ficou bom demais! Outra coisa que achei é que o feedback foi bem honesto na questão da concorrência ou facilidade de copiar o produto pelo grande player. Isso é muito real. Tem cara na Internet que manda copiar ideias em um mesmo nicho, mas ao meu ver, é preciso cuidado com isso e é preciso sim ainda pensar em barreiras de entrada para novos concorrentes no seu nicho.
Fazer um app se faz. Convencer público novo a usar o app é difícil. Mas realmente, fazer o povo migrar justamente para a minha ideia requer muito mais capricho e esforço. Que assim seja para os nossos concorrentes também!