Da ideia ao lançamento: Como lançar um Micro-SaaS de IA em 8 passos
Dicas práticas para empreendedores práticos
Olá! Bem-vindos a mais uma edição :)
Você já parou para pensar que estamos vivendo um momento maravilhoso da história para construir SaaS e Micro-SaaS? Se você está lendo esta newsletter, provavelmente também percebeu isso.
Já montei 3 tipos de empresas. Uma empresa com meu dinheiro. Outra com dinheiro de investidores. E agora, minha atual, através de conteúdo.
Minha maior aposta é um portfólio de Micro-SaaS que gere renda recorrente. Pensando nisso, resolvi escrever este artigo como um exercício de como eu lançaria um Micro-SaaS de agentes de IA.
Obrigado, Company Hero, por patrocinar este post.
Falando em assinatura: eles criaram um plano para deixar o seu CNPJ-MEI sempre regularizado com a Receita Federal.
Você pode fazer um diagnóstico aqui para ver se tem alguma pendência, ou, então, até abrir o seu MEI com eles, sem custo, no app PJ Hero, para começar a emitir as NF’s, também grátis, do seu Micro-SaaS.
Da ideia ao lançamento: Como lançar um Micro-SaaS de IA em 8 passos
Aprendi, ao longo dos anos, mentorando centenas de Startups, que a fundação para um Go to Market bem-sucedido se baseia em 4 pilares centrais, que precisam ser veementemente validados desde o início:
Público-alvo;
Canal de distribuição;
Proposta de valor;
Modelo de negócio.
Foi a partir deste aprendizado que desenvolvi o meu framework de 4 pilares, que apresento. Caso prefira, você pode ver este artigo em vídeo.
1. Micro-SaaS de agente no WhatsApp. Bots + IA é o oceano azul do Brasil
O primeiro passo é definir quais são as características que eu quero no meu projeto, e não na ideia, por si só. Ideias, no fim do dia, não valem nada.
Para começar, eu faria Micro-SaaS de Agente via WhatsApp.
Mas, por que WhatsApp? Por que agente?
A resposta é simples: em vez de criar um produto e ter que criar um canal de distribuição, eu começaria criando um produto DENTRO de um canal de distribuição.
O WhatsApp possui 5 grandes vantagens que o tornam ideal:
É um canal de distribuição pronto (não precisa criar um novo)
Não tem interface própria (operacionalização direta ou integração com dashboard)
Barreira de entrada quase zero (todo mundo já tem instalado)
Alta viralização (coeficiente viral naturalmente alto)
Facilidade de validação, teste e monetização
Eu faria isso no WhatsApp porque, em um futuro próximo, todo mundo terá agentes conectados em todos os produtos, e eu quero surfar essa onda. Então, é uma forma útil de unir canal + proposta de valor + timing.
As principais características que meu novo projeto deve ter:
Coeficiente viral: comprovante, relatório, insight, etc. (coeficiente viral);
A proposta de valor deve ser fácil de atingir e calcular (métrica de valor e tempo para valor);
As pessoas devem usar mais de uma vez por dia (efeito sticky).
A beleza de começar no WhatsApp é que você tem a oportunidade de construir uma ferramenta que se adapte a um canal de distribuição - o que, normalmente, acontece de forma inversa. Para isso, você precisa se adaptar ao que gera engajamento e necessidade das pessoas.
Fiz um vídeo falando sobre essas oportunidades 👇
2. Tese de negócio e público-alvo
A partir dessas características, eu faria uma ampla pesquisa em sites de diretórios, em fóruns, em comunidades e sub-threads, para descobrir todas as ferramentas possíveis de agentes e Bots no WhatsApp - seja API oficial, ou NÃO.
Juntaria tudo o que encontrei e montaria um diretório no Notion/Excel, categorizando quais são brasileiros, e quais são o público-alvo, a proposta de valor, e por aí vai.
Segue abaixo um exemplo de uma planilha de análise de concorrentes.
Quem compraria?
Em seguida, desenharia algumas personas de hipótese usando IA para ter um ponto de partida no processo de validação de ideia. Não há como validar uma ideia, hoje em dia, se você não souber quem é seu cliente.
Exemplo de persona:
Com as personas minimamente desenhadas e uma tese de negócio, eu escolheria um nicho e começaria a conversar com algumas pessoas do mercado para entender melhor a dor delas, e como elas resolvem essa dor atualmente.
Eu faço, em média, de 10 a 15 entrevistas com perguntas abertas, tais como:
Pode me contar sobre sua rotina?
Pode me contar melhor sobre este problema (se o cliente tiver consciência do problema)?
Ex: Pode me contar mais sobre este CRM que vocês usam atualmente?
Para quê você usa ele? O que você menos gosta dele?
Como você faz para resolver o problema atualmente?
Ex: O cliente perde muito tempo enviando NF por WhatsApp para os clientes. Então ,você precisa perguntar como ele faz para enviar e administrar todos os envios.
Pode me mostrar o passo a passo de como você resolve o problema?
Quais ferramentas você usa para resolver o problema? Quais soluções você já tentou antes? Por que não deram certo?
3. Organização da empresa
Em paralelo à construção do negócio, eu costumo investir na parte administrativa do negócio. Como é uma empresa que quero construir e levar para a frente, e estou comprometido com o longo prazo, eu costumo ter um CNPJ por estrutura.
Se fosse meu primeiro empreendimento: faria uma empresa MEI usando um CNAE mais genérico mesmo. O foco, aqui, não é tanto o ramo da atividade, mas, sim, a emissão de NF.
Dica: falando em abrir CNPJ, você pode começar o seu MEI direto pelo app PJ Hero, sem custos. E se você já tem um MEI e não sabe se está regularizado, faça este checkup gratuito - também do nosso parceiro nesta edição da newsletter (inclusive, recomendo a Company Hero para criação de endereço fiscal ;).
Se você já tem um CNPJ: você pode montar uma LTDA ou SLU (sociedade limitada unipessoal), e se enquadrar no anexo III.
Dica: um bom contador consegue te ajudar com todo este trabalho.
4. Canal de aquisição e prototipagem
Normalmente, nesta etapa, eu costumo fazer o uso da estratégia de Fake Door para testar canal de aquisição, mas, como neste caso eu já tenho clareza de que vou construir um Micro-SaaS de agente de IA no WhatsApp, e eu entendo, também, que o tempo de construção de um MVP é baixo e barato, eu testaria uma estratégia de Member get member antes do lançamento.
Member get member
Esta é uma simples estratégia de criar uma lista de espera, e entregar recompensas para quem compartilhar e trouxer mais pessoas.
Essas recompensas podem ser tanto materiais quanto acessos, ou descontos agressivos. Normalmente, as recompensas tendem a ser acesso antecipado à ferramenta.
Criativos UGC
A partir dessa landing-page de Fake Door, eu faria de 5-7 criativos diferentes usando uma estratégia de UGC (user generated content) para atrair leads, e impulsionaria os criativos usando a IA da Meta.
Um exemplo prático de conteúdo UGC seria criar um vídeo usando meu celular filmando a tela e falando:
"Nossa, olha que legal essa ferramenta que eu encontrei que gera resumos e resolveu meus problemas no grupo!"
ou
"Meu grupo tinha muito problema de engajamento e aí eu conheci essa ferramenta aqui..."
E aí gravar a ferramenta em primeira pessoa.
Para investimento em tráfego pago, um valor adequado seria cerca de R$200 por semana, distribuídos aproximadamente em R$150 para Meta, e entre R$50-100 para Google, focando em palavras-chave de fim de funil.
A minha intenção, aqui, não é vender, mas, gerar pessoas para a lista de espera e, em paralelo, testar minhas campanhas e criativos - sempre analisando as métricas.
Essas estratégias, MGM e UGC, são importantes para o Go to Market. Mapear canal de distribuição e ter uma base de early-users podem ser a diferença entre você validar seu projeto em dias ou em meses.
Próprio WhatsApp como canal de aquisição
A vantagem de criar um MVP no WhatsApp é usar ele mesmo como canal de aquisição. Seguindo esse raciocínio, eu incluiria algumas funcionalidades que pudessem gerar um “compartilhamento” dos membros, como relatórios, métricas, e afins.
5. Teste gratuito para early-users
Na sequência, eu convidaria as pessoas as quais entrevistei e mapeei, que têm a dor que eu quero resolver, e as disponibilizaria o protótipo por X dias.
Eu metrificaria o produto de ponta a ponta usando o Amplitude ou similar, para entender quais são as principais funcionalidades que estão usando do meu agente.

Dessa forma, consigo entender quais são as principais funcionalidades do meu sistema, para refinar meu a-ha moment (quando o usuário encontra a proposta de valor).
É importante notar que nós demoramos cinco grandes etapas para chegar na parte do produto. Se você é uma pessoa técnica, não esqueça de que o produto está no fim da fila, e não no começo. Se você começa pelo produto, tem uma grande chance de errar nas primeiras funcionalidades, no seu público-alvo e nos canais de aquisição.
6. Mapear e dobrar a proposta de valor
Mapearia minha principal proposta de valor, por meio de análises e feedbacks dos usuários, e dobraria a aposta nela - criando uma melhor experiência, e diminuindo qualquer barreira que o usuário tenha para chegar nela o mais rápido possível.
É fundamental entender: funcionalidade não é proposta de valor. Proposta de valor é o benefício que os seus usuários ganham ao usar o seu sistema. Por exemplo, se meu sistema gera maior engajamento em grupos de WhatsApp, o benefício real é uma maior retenção dos membros da comunidade. E se for uma comunidade paga, isso significa mais dinheiro no bolso do cliente.
Outra coisa que eu faria seria mapear, durante a criação de conta, quem é meu usuário e suas expectativas. Isso ajudaria também no roadmap das principais funcionalidades, além de melhorar o copy da landing-page.
7. Modelagem de negócio e precificação
Eu deixaria um modelo de negócio Free trial no início, se meus custos forem baixos. O foco é deixar as pessoas atingirem a proposta de valor durante o uso gratuito para, depois, converterem - pois, a ferramenta é atrelada ao número de telefone, ou seja, não é possível ficar criando múltiplas contas tão facilmente.
O mais importante nesta etapa é criar mecanismos e gatilhos no modelo de negócio que permita o usuário ver e mensurar o valor que a ferramenta gera para ele. Além disso, é necessário entender quantas vezes o usuário precisa usar a ferramenta até ela se tornar parte de sua rotina.
Sobre a precificação, eu usaria de base os benchmarks que estudei de mercado. Se não houver nenhum, eu precificaria em cima da minha proposta de valor. Por exemplo, se eu gero valor para grupos de WhatsApp, eu posso precificar por quantidade de grupo, ou quantidade de membros somados em todos os grupos.
A cobrança precisa ser feita em cima do valor percebido. No caso do MyGroupMetrics (meu Micro-SaaS atual), o valor percebido dos membros está na quantidade de membros, por isso, toda precificação foi feita em cima dessa hipótese.
Outro ponto importante é a segurança dos dados. Como eu sempre penso em vender para B2B, eu entendo que trabalhar no WhatsApp e, às vezes, usando API’s não oficiais pode trazer alguns desafios, especialmente em se tratando desse mercado.
Por isso, desde o primeiro dia, eu sempre vou investir em um advogado para construir o termo de uso, a política de privacidade, e assim por diante - todos os requisitos necessários pela LGPD.
8. Build in Public
Faria todo esse processo documentando passo a passo, e trazendo o que aprendi, via LinkedIn e YouTube. São os melhores canais, na minha humilde opinião, para donos de empresas. LinkedIn funciona muito bem como “awareness”, e YouTube como conversão.
Reciclagem de conteúdo
Copio e colo a transcrição do meu video do YouTube em uma IA para criar carrossel para Instagram + LinkedIn;
Usaria OpusClip para criar recortes dos vídeos e repostar em ambas as redes novamente.
Isso triplicaria a produção de conteúdo de topo e meio de funil, levando sempre sua audiência para o seu YouTube, e do YouTube para o SaaS.
Conclusão
O que mais de 10 anos me ensinaram sobre construir negócios é que precisamos ter uma fundação sólida, e ter agilidade para testar e validar as coisas.
A fundação, em grande parte, vem da proximidade dos clientes - fazendo um bom processo de descoberta, e dedicando mais tempo conversando do que criando funcionalidades. Isso pode te dar uma base sólida para montar seu MVP com sucesso - além de conseguir seus primeiros beta testers.
Outro ponto é que, em momento algum, eu falei sobre montar o produto. Eu não sou desenvolvedor, e normalmente eu terceirizo esse processo.
A metodologia que apliquei para criar este produto do zero é a mesma que eu ensino no meu curso do Zero ao Micro-SaaS, que está disponível para todos membros do Micro-SaaS PRO.
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Obrigado, novamente, à Company Hero por patrocinar este post. Bom saber que existe um parceiro para toda a parte chata de ter uma empresa, pois, assim, é possível focar no que é divertido, ou seja, criar um negócio. Aqui o link para o Plano MEI.
Nossa, senti como se esse artigo fosse escrito pra mim. Muitas das minhas dúvidas foram resolvidas e muitos insights surgiram para o meu BIP.
Dúvida: Sobre o gerenciamento financeiro do projeto, você costuma usar planilha? Tem algum artigo falando sobre isso?
Obrigada pelo ótimo conteúdo!