Minha teoria sobre o mercado brasileiro de Micro-SaaS
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Bem vindo(a) a mais uma edição da nova economia do Micro-SaaS.
TL:DR
Métricas do LinkedIn e conversão para newsletter.
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Lançamento da comunidade no Telegram.
Os 3 perfis de Micro-SaaS: O desenvolvedor Indie, O empreendedor early-stage e a startup ligeira
Os 3 tipos de Micro Private Equity & reflexão sobre um marketplace no BrasilQuais
Os empreendedores estão buscando menos dependência de investidor. Os marketplaces de M&A de micro-empresas vão explodir. O mercado e o perfil do empreendedor esta mudando.
Contexto
Nos últimos artigos, dei um contexto ao tema do Micro-SaaS. Foram 5 artigos, sendo 4 no linkedin e 1 na minha newsletter.
1) Neste artigo, expliquei o que é a nova economia do Micro-SaaS e como essa tendência está mudando o jogo de startups e de empreendedores
2) Neste artigo, exploramos como as pessoas que trabalham com Micro-SaaS estão ganhando dinheiro. A tese é simples: ter vários Micro-Saas e viver de renda diversificada (e passiva?).
3) Já neste, me diverti um pouco em comentar os modelos de negócio que podem surgir da demanda e oferta de micro empresas de SaaS. Foi um exercício divertido de fato.
4) Por fim, postei um playbook de tudo que estudei sobre as Micro Private Equity. São 110 páginas até agora de conteúdo sobre como viver de Micro-SaaS. Desde como comprar um até como vender seu SaaS. In english.
Um pouco de métricas até agora #BuildInPublic
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Isso gerou para a newsletter: 180 leads (5,1% de conversão do total de seguidores do LinkedIn).
Que converteram em 57 usuários (31,6% de conversão dos leads acima / ou 1,6% do total do linkedin) e 4 pagantes (7% dos usuários de todos usuários da newsletter).
E o open rate se mantendo ainda em 60% em média de todos emails enviados. E o curioso: todos emails foram abertos por 2x mais que o total de subscribers enviados (em média de 100 aberturas por email - thanks for sharing!!).
Deixo meus agradecimentos esta semana ao Anderson e Jonathan por se tornarem assinantes pagos da newsletter! Vamos construir algo incrível :)
Quer ser um membro da comunidade? Com R$ 5 você pode ajudar e participar!
Mercado brasileiro de Micro-SaaS
Quais os perfis dos empreendedores deste mercado?
Até o momento, tive a oportunidade de conversar com bastante gente sobre o tema e montei 3 personas que acredito serem o perfil por trás destes empreendimentos.
1. O desenvolvedor Indie
Essa comunidade se encontra dentro de grupos do facebook, como Vivendo de SaaS ou no telegram como o grupo do Indie Hackers.
Esse desenvolvedor está buscando ter uma fonte de renda com seu trabalho. Ele tem um backlog cheio de ideias e projetos, e as vezes puxa um ou outro para desenvolver e conseguir seus primeiros clientes. O foco é sempre construir receita recorrente “passiva”.
Quando ele não consegue crescer o projeto:
Deixar ele em standby no Github
Se une com outros desenvolvedores para se ajudar.
Faz cursos e tenta aprender sobre SEO e marketing geral
O projeto crescer e ele se torna a renda principal do desenvolvedor.
Agora... quando consegue crescer...
Quando o projeto cresce e o empreendedor acha o famoso “problem solution fit” normalmente ele acaba ou saindo do trabalho atual ou buscando ajuda da própria comunidade para crescer seu projeto, fazendo cursos e parcerias estratégicas. Alguns, vão além. Transforma esse processo de montar e vender empresa em uma esteira. Ou montam mais 5 projetos porque tem um pagando toda operação.
2. O empreendedor early-stage
Empreendedores (em sua maioria desenvolvedor) que montou sua startup. As vezes solo, as vezes tem um sócio. Esse sócio nem sempre está “full-time” na empresa. Estão normalmente em fase de validação de mercado e produto. A jornada é quase sempre assim:
de 0 a R$ 1.000: muito esforço e noites sem dormir para conseguir os primeiros clientes. Os empreendedores estão com sangue no olho nesta etapa.
de R$ 1.000 - R$ 5.000: empreendedores já conseguem ter uma clareza do produto, do perfil dos clientes e das métricas. Conseguem entender o que faz sentido ou não.
De R$ 5.000 - R$ 10.000: já acharam um canal, estão estressando ele para aprender o que funciona e não. Tentando descobrir como otimizar custo vs conversão.
de R$ 10.000 - R$ 20.000: crescimento, crescimento, crescimento. O foco está em aproveitar este canal, entrevistar, feedbacks e melhorar sempre que possível o produto.
O que acontece nessa jornada que leva o empreendedor a se desmotivar e ou descontinuar o projeto:
O tempo de um estágio para outro acaba sendo muito longo. Na EUNERD, demorei 3 anos para chegar em R$ 15k
Acaba o dinheiro. Nem todos tem as mesmas oportunidades. Alguns empreendedores precisam se capitalizar mais que outros. Isso faz com que ele saia do projeto para arranjar um “emprego”.
Não conseguem levantar investimento. Por qualquer que seja o motivo, as vezes até conseguem alguns anjos mas não é o suficiente para se qualificar perante um fundo. Lembrando que apenas 21% das startups no Brasil conseguem Seed e 1% Series A (fonte: abstartups).
O empreendedor achou que em 1 ou 2 anos iria ter um unicórnio. Suas expectativas estavam muito altas (e não é culpa dele) e isso o frustou ..
3. A startup ligeira
Esta persona, acabei encontrando por acidente no mercado. Para ser sincero, acho que fazem parte de uma minoria. Normalmente a pequena empresa está focada em crescer e se consolidar no mercado. Em 99% das vezes, o caminho acaba sendo com foco em orgânico/pago mas em alguns poucos casos essas empresas optam por fazer micro aquisições de outras empresas.
Muitas vezes o interesse é: na base de clientes, nos empreendedores ou a ferramenta tem uma “funcionalidade ou outra” que complementa.
Uma nota sobre um quarto perfil: Os empreendedores não técnicos, sem experiência com tecnologia e que vão aprender a desenvolver ferramentas nocode. Não achei muita informação sobre esse público no mercado mas vale um estudo. Acredito ter muita gente aqui. Curiosos e executores que saem construindo.
Os Micro Private Equity
Estes já falei bastante. Mas a verdade, é que estão surgindo dezenas de novos. A minha tese, é que empreendedores experientes de vez montar uma empresa e por todos ovos em uma cesta, estão optando por comprar vários Micro-SaaS para ter um “pool” de MRR e crescer ele lentamente.
No Brasil não vi ninguém falando ou fazendo isso, mas com certeza deve existir. Só preciso procurar melhor. Se você conhecer alguém, me avisa ok? Adoraria entrevistá-lo(a).
O perfil dos Micro Private Equity podem ser quebrados em 3 categorias:
Os MPE's focados em Micro-SaaS até 150k ARR: Xo.Capital
Os MPE’s focados entre 150k e 300k ARR: The MicroAngel Investment Thesis
Os MPE’s focados em Small SaaS entre 500K e 15M ARR: SaaS.Group
Você pode ler mais sobre eles no meu Playbook na sessão BENCHMARKS.
Os marketplaces
Super aquecido. A MicroAcquire está bombando🔥.
Grande parte desse sucesso se dá ao meu entender por 3 motivos: Timing, cauda longa e porque o Andrew é um puta marqueteiro.
Quem são os compradores? Os que identifiquei até o momento:
Pequenas empresas comprando micro empresas
Devs indies vendendo e comprando entre eles
Micros Private Equity firms
Agências de marketing
Será que tem espaço para um MicroAcquire no Brasil?
Ainda tenho muitas dúvidas sobre o mercado e o timing mas de uma coisa eu sei: por ano surgem cerca de 46 mil novos desenvolvedores por ano (fonte: cnn), e atualmente são 14 mil startups (fonte: abstartups) e dessas apenas 21% conseguem pegar um investimento de seed round e 1% um Series A.
Que existe mercado existe. Mas será que existem compradores? Será que o processo de M&A pode ser tão simples quanto é lá fora? Será que a burrocracia pode ser automatizada? Será que existem empresas o suficiente para equilibrar oferta/demanda?
Minhas principais dúvidas na verdade, são:
Onde estão as startups early-stage que querem vender sua empresa? Consegue trazer novas oportunidades todo mês?
Onde estão os compradores de startups early-stage? Quem seriam?
Como transformar o processo de M&A de uma micro startup em algo de prateleira com tanta “burrocracia” no Brasil?
Algumas coisas que eu sei
A moda de crescimento a qualquer custo vai continuar em alta, porém muito empreendedor experiente está buscando menos dependência financeira de investidor e mais liberdade alinhada a qualidade de vida.
Os marketplaces de M&A vão bombar - existe um oceano azul que as empresas e consultorias não fazem aquisições. Normalmente empresas abaixo de 15M são muito difíceis de vender por serem "pequenas".
Com o avanço da tecnologia no-code, muito empreendedor vai começar a testar MVP e tentar vender dentro desses marketplaces. Prevejo muita solução de cauda longa surgindo no-code.
Empreendedores se juntarão em oferta coletiva para comprar vários Micro-SaaS para investir no crescimento de produtos que tragam receita recorrente com boa margem. No final, de 0 a 1 é mais difícil do que de 1 a 2. Micro Private Equity vai começar a bombar.
Quando surgirem oportunidades para empreendedores early-stage venderem sua startup e o carimbo de “exit” não se tornar algo só para os gigantes, muitas portas se abrirão e um novo público vai surgir. Assim como foi o crowdfunding que está tomando cada ano mais força.
Obrigado por ler até aqui.
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Quer avaliar seu SaaS para ter uma ideia de quanto ele vale?
3. Como transformar o processo de M&A de uma micro startup em algo de prateleira com tanta “burrocracia” no Brasil?
Essa passo será importante. Até por falta de conhecimento, compradores acabam se apoiando em diligências jurídicas e contábeis caríssimas, para ter algum respaldo caso algo dê errado em uma aquisição.
Para realizar diligências mais simples, a ideia de não comprar a empresa, apenas a tecnologia e clientes parece fazer sentido - mas existem formas jurídicas de análise e proteção da propriedade intelectual para isso no BR?