Olá 🙋♂️
Aqui estou eu, escrevendo mais um artigo do avião, enquanto voo para São Paulo. Pelo menos 1x ao mês, escrevo assim e, sinceramente, tenho um enorme prazer em escrever voando. Talvez, seja pela falta de conectividade que me permite focar 100% nessa tarefa.
No artigo de hoje, quero compartilhar um desafio pessoal que estou passando, que pode ajudar outros empreendedores criadores de conteúdo, mundo afora. É uma mistura, de síndrome do impostor, com mudanças de prioridades e, claro, a famosa montanha russa do empreendedorismo.
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Os ciclos de empreendedores
O empreendedor creator
Desde abril de 2022, eu produzo conteúdo. São mais de 3 anos escrevendo semanalmente, produzindo vídeos e conteúdos para 5 redes sociais. Em essência, usei 2 frameworks para construir minha empresa que faturou quase R$ 1M em 2024 (1º ano de operação), montando uma audiência de quase 120 mil pessoas, e uma comunidade com 15 mil founders.
Para chegar nesse ponto, eu liguei o “modo creator”, e minha maior prioridade sempre foi a produção de conteúdo, acima de tudo. Usei essencialmente 2 frameworks:
Founder led-growth: por meio do qual usei minha figura e autoridade, como empreendedor, para postar conteúdos relacionados aos meus aprendizados, build in public, e experiências para ilustrar e passar conhecimento. Desde o primeiro dia, tive uma social mídia para distribuir o conteúdo em múltiplas redes, e foi um dos melhores investimentos que fiz ao longo de minha carreira como creator (artigo completo aqui).
Funil ACP: A estratégia de funil que usei para chegar em 15 mil empreendedores na comunidade e o faturamento orgânico foi um funil chamado Funil ACP (awareness, community, product), que, basicamente, se deu através da produção de conteúdo, levar as pessoas para a comunidade e lá dentro, convertê-las para o Micro-SaaS PRO (conheça ele aqui).
Com essa mudança de foco para distribuição paga para público frio e diferentes estratégias de funis de venda (estamos usando o Perfect Webinar, do Russel Brunson), o meu consumo de energia mental acabou pesando cada vez mais para o lado builder, deixando o perfil creator um pouco de lado.
A mudança do creator para empreendedor
Hoje, minha audiência passou de um pouco mais de 120 mil pessoas nas 5 redes sociais que produzo conteúdo. Cada rede social exige um toque de criação único. São quase 3 anos produzindo conteúdo semanalmente.
Enquanto no Linkedin invisto em torno de 30 minutos a 1 hora por dia para escrever, para a Newsletter são cerca de 2 a 3 horas por edição. E os vídeos do YouTube demandam de 1 a 2 horas por vídeo par criação.
Nos últimos 2 meses, tomei uma decisão importante: vou focar em escalar minha empresa. Porém, como minha audiência é pequena, ainda, fazer isso de forma orgânica seria quase impossível tendo em vista o que eu quero alcançar. Assim, o único caminho alternativo para isso é tráfego pago.
Então, sentei com meus sócios e redesenhamos toda a estrutura de funil e estratégias de aquisição que temos. Consumimos todo conteúdo do Russel Brunson sobre funil de vendas e, durante 2 meses, saímos implementando tudo. Para você ter uma ideia, eis algumas atividades que fizemos:
Gravamos mais de 80 criativos de vendas (vídeos de Instagram);
Criamos mais de 5 landing-pages de venda diferentes;
Gravei 3 webinários de vendas de 1 hora cada;
Criamos um sistema de métricas e um CRM próprio;
Testamos 2-3 funis de vendas simultaneamente. Desde venda self-service até entrevistas 1:1.
E claro, quando a balança começou a pesar mais para o lado empreendedor, comecei a ter muito menos tempo como criador de conteúdo e, consecutivamente, comecei a ficar sem muitas ideias de conteúdo, uma vez que estava me dedicando menos aos estudos.
Auto-sabotagem
E assim começou uma bola de neve. Comecei a sentir que a qualidade dos meus conteúdos caiu, perdi a cadência das minhas redes sociais, e comecei a me sentir um impostor - achando que todos meus conteúdos estão ruins e que perdi meu “brilho” criativo.
É engraçado, porque do ponto de vista comercial, minha empresa nunca performou tão bem. Nesses 2 primeiros meses de teste, aumentamos o faturamento em quase 40%, além de conseguir vender para público frio com um ROI (retorno sobre investimento) excelente. Inclusive, neste mês de maio, cheguei a palestrar no TedX, que também foi uma das maiores conquistas profissionais que alcancei.
Os desafios de equilibrar os pratinhos como founder e creator
Meus amigos e minha família vivem dizendo que eu deveria estar super feliz e aproveitar este momento enquanto estou no auge de minha carreira, mas, é engraçado, porque sinto que ainda não cheguei onde gostaria de estar.
Curioso como o ser humano funciona. Está sempre buscando preencher lacunas. Um lado meu entende que isso é temporário, e outro lado tem vontade, às vezes, de jogar tudo para cima e dar um tempo, mas, eu entendo que essa fase vai deixar um aprendizado e que, para voltar ao lado creator, eu preciso fazer algumas mudanças.
A grande lição que tirei aqui é que a gente nunca vai conseguir vestir múltiplos chapéus sem deixar algum pratinho cair. Entre ser um administrador, um contador, advogado ou um criador de conteúdo, todas as responsabilidades exigem a mesma fonte de energia mental.
É impossível empreender, construir e produzir ao mesmo tempo sem deixar pratinhos caírem. E, durante a jornada, a gente não deve se sentir culpado quando isso acontecer. Infelizmente, durante nossa jornada temos que escolher nossas batalhas, e não adianta exigir o mesmo nível de cobrança em todas etapas dessa jornada.
De founder para creator
Depois de 2 meses nessa montanha russa, cheguei a algumas conclusões importantes. Primeiro, entendi que essa transição não significa que deixei de ser um creator - apenas mudei temporariamente minha forma de criar. Os funis, as landing pages, os criativos que desenvolvemos também são uma forma de criação, só que com um objetivo comercial mais direto.
Segundo, percebi que a síndrome do impostor aparece justamente nos momentos de maior crescimento. É como se nosso cérebro não conseguisse processar que estamos evoluindo e, por isso, cria essa sensação de que "perdemos o brilho". A verdade é que estamos apenas em uma nova fase.
O que venho aprendendo sobre equilibrar os pratinhos
Durante essa experiência, identifiquei 3 lições que podem ajudar outros empreendedores passando por transições similares:
1. Comunique a mudança para sua audiência: Seja transparente sobre suas prioridades do momento. Sua audiência prefere honestidade a conteúdo forçado.
2. Defina métricas diferentes para cada fase: No modo creator, media engajamento e crescimento de audiência. No modo builder, meça receita e conversões. Não tente otimizar tudo ao mesmo tempo.
3. Estabeleça um "mínimo viável de conteúdo": Mesmo focando no negócio, mantenha uma presença mínima para não perder completamente a conexão com sua audiência.
A beleza dos ciclos
Hoje, escrevendo este artigo no avião (mais uma vez), percebo que talvez essa seja a beleza do empreendedorismo: não existe um estado permanente de equilíbrio, mas, sim, ciclos de foco em diferentes áreas.
Estou aprendendo a aceitar que haverá épocas em que serei mais builder que creator, e outras em que serei mais creator que builder. O importante é não abandonar completamente nenhum dos lados e entender que cada fase traz aprendizados únicos que nos tornam empreendedores mais completos.
Para quem está passando por algo similar: os pratinhos vão cair mesmo. A questão não é evitar que isso aconteça, mas, escolher conscientemente quais pratinhos podem cair temporariamente sem quebrar o que você construiu até aqui.
Uma das melhores edições que eu li até agora! Fantástico
olá, tudo bem? os links das metodologias não estão acessível,