Tudo que você precisa saber sobre SaaS, Micro-SaaS e agentes em 2025
E uma dica bônus sobre como construir agentes de Micro-SaaS B2B
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Na edição de hoje, vou trazer para vocês um pouco da minha visão sobre o mercado de SaaS, agentes e Micro-SaaS, e todas oportunidades que acredito que vocês podem investir para ganhar dinheiro surfando o hype neste ano.
O artigo está bem bacana e, no final, se preferir, você pode assistir o vídeo do YouTube.
✨ Esta edição é patrocinada pelo Crisp
Crisp é a minha ferramenta oficial de suporte, e-mail marketing e vendas.
Uso ela no meu Micro-SaaS e reduzi a necessidade de 3 ferramentas que me custavam R$ 1k por mês. E a integração com WhatsApp permite fazer envios de forma simples e barata.
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Vocês devem ter notado que ocorreram 2 mudanças na newsletter neste mês de fevereiro.
Mudança na frequência;
Mudança na estrutura de conteúdo.
Recentemente, trouxemos 2 pessoas para nossa equipe, e montamos “dentro de casa” nossa estrutura de produção de conteúdo de forma mais profissional.
Atualmente, tenho a Beatriz e a Gabi me ajudando diariamente a manter uma agenda bem agressiva de conteúdo, como você pode ver abaixo.
Este ano, estou apostando bastante no crescimento das minhas redes sociais, e tenho dedicado quase metade de meus dias para isso.
Para manter esse ritmo, eu tive que diminuir um pouco a “profundidade” dos artigos da newsletter que me tomavam em torno de 5-6 horas por edição. Além disso, trouxe várias ideias de novos modelos de conteúdo, como os 3 últimos artigos que postei, com estudos de caso.
Eu agradeço imensamente a cada um de vocês pela paciência enquanto vou testando meus frameworks de conteúdo, e estou super aberto a qualquer feedback ou ideias que você tenha para que eu possa melhorar esta newsletter. Basta responder este email. TMJ!
O Futuro do SaaS, Micro-SaaS e agentes em uma newsletter
Em um mundo em que só se fala de IA, fica cada vez mais difícil lembrar da época dos disquetes, CD's e, daqui a alguns meses, na velocidade que as coisas estão andando, vamos lembrar cada vez menos dos SaaS.
O SaaS, ou software as a service, vem passando por várias evoluções no decorrer da história da tecnologia. Se você parar para pensar, o SaaS só começou a ganhar força entre a década de 90 e 2000. Estamos falando de 25 anos atrás. Tipo… ontem! 👴🏽
Este mercado, atualmente, vale aproximadamente US$ 300 bilhões. É um dos maiores e mais consolidados do mundo. Mesmo com diversas mudanças, como, por exemplo, o surgimento do cloud computing, que trouxe novos modelos de negócio - mudando completamente a dinâmica de consumo das empresas e pessoas - ainda estamos falando de um mercado relativamente "jovem".
Com a força da IA e o crescimento dos agentes, todos SaaS começaram a correr atrás para implementar IA em seus negócios. E, consecutivamente, muitos começaram a se canibalizar para não ficar para trás, ou seja, começaram a implementar funcionalidades de IA que matam seu próprio faturamento.
Um case famoso é o do Intercom, que criou a opção de contratar um agente e pagar $ 0.99 por ticket resolvido por IA, fazendo os clientes migrarem do plano de assinatura para o plano pós-pago.
Este momento do mercado me lembra o início da evolução tecnológica, similar à internet em 1995. Ainda mais falando em Brasil, em que, aproximadamente, 70% do PIB vem de serviços, então, imagine quantas oportunidades e nichos não existem neste mercado? 💡
A evolução, no fim do dia, não depende apenas da tecnologia. A realidade é que você e eu, aqui, consumindo este conteúdo, fazemos parte de uma bolha que está fora da realidade de 98% das pessoas.
Além disso, as empresas (o famoso B2B) também tem seu tempo de amadurecimento. As empresas estão habituadas a consumir os mesmos produtos, dos mesmos fornecedores, há anos. Os orçamentos de investimento em IA são todos recentes, e as pessoas ainda tem pouca clareza do que priorizar com tanta novidade todos os dias - ainda mais com vários novos negócios surgindo com modelos de negócio que não têm previsibilidade financeira (Ex: pagar por ticket).
A era da desmaterialização
Os agentes são maravilhosos por um grande motivo principal: a desmaterialização de interfaces. Você já parou para pensar nisso? No fim do dia, um agente nada mais é que um software ligado a um banco de dados que te traz informações "on the go".
O ChatGPT funciona super bem, e não é só por sua IA.
Interface extremamente simples;
Apenas um campo de texto;
5-6 botões;
Capacidade de executar inúmeras funções diferentes;
Eliminação de interfaces complexas.
Com essa simplicidade de produto e uma proposta de valor 100x melhor do que qualquer coisa existente, pode-se dizer que a grande oportunidade está no crescimento orgânico. Por isso, muitos agentes acabam migrando, naturalmente, para as ferramentas de chat existentes.
Integração com Canais Existentes
O desafio de qualquer empresa é e sempre será criar (e controlar) distribuição. E dada essa facilidade, criar um agente e plugar em uma API de WhatsApp, por exemplo, traz vários benefícios, dentre eles:
Funciona como um canal de distribuição direta com seus clientes;
Não tem necessidade de instalação de aplicativos;
Não precisa criar conta ou login;
Não precisa de interfaces complexas ou cheias de opção.
Além disso, impacta diretamente na eficiência operacional como um todo. Você tem:
Redução de custos operacionais;
Menor necessidade de treinamento extensivo;
Redução na necessidade de suporte técnico;
Otimização de recursos.
E claro, não vou entrar no mérito da viralização. Um caso super bacana de oportunidade com IA + WhatsApp, por exemplo, é meu Micro-SaaS que cresce 30% mês a mês, de forma 100% orgânica, com seu coeficiente viral. Neste mês, por exemplo, já cresceu 20% (e tive o maior churn da história do MGM neste mês - se não, já teria passado de 35%).
Os tipos de agentes
Para entender melhor sobre essa mudança no mercado, e sobre IA como um todo, precisamos entender sobre os agentes.
Existem 2 grandes tipos de agentes:
Agentes Verticais
São agentes especialistas;
Foco em tarefas específicas;
Exemplo: análise de raio-x;
Aplicação da regra 80/20;
Retorno mais rápido sobre o investimento.
Agentes Horizontais
São agentes generalistas;
Capacidade de realizar múltiplas tarefas;
Curva de aprendizado mais longa;
Maior potencial a longo prazo;
Maior versatilidade.
Oportunidades de curto prazo no B2B
As grandes empresas costumavam contratar milhares de ferramentas para dezenas de milhares de usuários. O desafio é que muitas dessas ferramentas são operacionais, e acabam tendo muita ociosidade (e gerando custo) por parte dos usuários finais.
Hoje, a dupla mágica redução de custos + aumento de produtividade é o mantra de todas as empresas do mercado. Isso significa que os agentes vão bombar, principalmente pela facilidade de penetração e falta de uma interface de uso. Tudo isso integrado nos próprios sistemas e canais de comunicação da própria empresa.
Na minha visão, as primeiras esferas do B2B que começarão a usar agentes serão:
Execução de tarefas repetitivas;
Automação de follow-ups;
Criação de cadências;
Geração automática de campanhas;
Substituição de funções operacionais.
Na minha startup anterior, por exemplo, tínhamos uma área que recebia cerca de 1.200 notas fiscais por mês dos técnicos na rua - alguns meses, batia 3.000 notas! Eu conheci empresas do mesmo segmento que tinham equipes de 15-20 pessoas só para lidar com nota fiscais de fornecedores, diariamente.
O trabalho é o mesmo em qualquer empresa: coletar notas, cobrar, conversar.
Com agentes, essa função de cobrança seria totalmente automatizada.
A expansão das camadas de regras de negócio permite que as empresas dominem a jornada dos clientes com muito mais velocidade. A integração dos agentes com bancos de dados e múltiplos sistemas simplifica o fluxo tanto para a empresa quanto para o usuário.
Porém, existe um grande desafio no consumo dessas novas IAs pelo B2B (falando de empresas de médio/grande porte), que consiste no fator cultural e no timing.
Novos modelos de precificação
Vamos falar sobre o fator cultural, primeiro, e o desafio dos novos modelos de negócio. No Brasil, o modelo de assinatura ainda funciona super bem - diferente dos EUA, onde o mercado está saturando aos poucos.
Veja alguns exemplos de como os novos agentes e SaaS estão cobrando:
Por tarefa completa: valor fixo por ação concluída;
Por pacote: conjunto de recursos com limite de uso;
Por token: cobrança baseada no consumo da IA;
Por uso: pague apenas pelo que utilizar;
Por conversa automatizada: valor por interação completa;
Por hora de uso: tempo efetivo na plataforma;
Por crédito: sistema de pontos para diferentes funcionalidades.
Essa mudança impacta completamente na forma de consumo das grandes empresas, que estão acostumadas com a famosa “previsibilidade”, como comentei no início desta edição. Vamos pensar juntos:
Cobrança por resultado
Um case da nossa comunidade recente: o rapaz fatura R$ 200 mil por mês e, recentemente, lançou uma funcionalidade de IA para fazer up-sell na sua base de clientes (B2B). Seu faturamento aumentou em 30% da noite para o dia. Mas, o modelo de negócio que ele optou usar foi por cobrar um valor fixo (mesmo seu custo sendo variável), simplesmente porque seus clientes não entendem o modelo de cobrança variável.
Mas, essa IA acaba gerando um valor absurdo para o cliente na ponta, que permite que ele reduza entre 10-30% o tempo de pessoas respondendo tickets de suporte. Isso é um impacto de 120-300% ao ano diretamente no custo/receita da empresa.
Então, se ele cobrasse, talvez, por ticket resolvido, por exemplo, sua receita seria muito maior, e a percepção dos clientes seria de um “ganho total”. Por conta do receio cultural, contudo, ele acabou simplificando a equação e, talvez, deixando oportunidades na mesa.
Modelo Híbrido
O melhor dos dois mundos: uma mensalidade que dá acesso a um pacote de créditos, e o cliente vai utilizando conforme sua necessidade. Se precisar de mais, compra créditos adicionais.
No meu Micro-SaaS, por exemplo, cobro uma mensalidade pela quantidade de membros em grupos de WhatsApp, embora meu custo seja baseado em tokens. Se eu tentasse cobrar pela quantidade de mensagens resumidas ou lidas, as pessoas teriam dificuldade em calcular, tornando a operação confusa.
Desagregação dos fornecedores
Outro fator cultural interessante que está ocorrendo agora é o movimento das grandes empresas de sair do modelo tradicional de “one stop shop” para buscar soluções mais focadas em áreas específicas da empresa.
Estamos entrando em um novo momento de desagregação:
Múltiplos agentes verticais especializados;
Cada agente resolve uma área específica (marketing, suporte, financeiro);
Em vez de uma ferramenta única, diversas ferramentas especialistas;
Aumento na complexidade administrativa;
Redução instantânea de custos.
Ou seja, não veremos mais uma ferramenta que resolve tudo. Haverá diferentes ferramentas e fornecedores. Isso abre muito espaço para os pequenos empreendedores entrarem em cena e acessarem um mercado antes inacessível.
Casos práticos no Brasil
Os primeiros grandes casos de uso de IA que estou vendo no Brasil estão em áreas como:
Telemarketing e Atendimento
Lembra quando havia um monte de adolescentes fazendo ligações? Hoje são robôs! Grandes empresas de telemarketing e telecomunicações estão usando IA para aumentar a eficiência e gerenciar o volume massivo de informações.
Agentes de Pagamento via WhatsApp
Várias startups estão crescendo de forma absurda via WhatsApp, especialmente na área de pagamentos. Temos vários cases famosos. O meu favorito é a Magie. Não vivo sem.
Pré-qualificação de Leads e Follow-ups
Empresas usando agentes para qualificar leads e fazer acompanhamento automatizado.
E-commerce Inteligente
Um caso super interessante é um e-commerce que implementou um agente para identificar padrões de compra e enviar mensagens para aumentar a geração de valor.
Exemplo: Se você comprou uma fruta em um e-commerce e, no dia seguinte, fez outra compra, o agente envia: "Notei que ontem você comprou isso e hoje comprou aquilo. Tenho uma dica sobre essa nova fruta que você adquiriu." Assim, o agente cria uma relação sem ter a intenção direta de vender. Sinistro.
RH e Triagem de Currículos
Agentes auxiliando na seleção dos candidatos mais qualificados para vagas em aberto.
Áreas Administrativas e Burocráticas
Automação de tarefas repetitivas em contas a pagar e a receber. Na minha startup, lidávamos com 3.400 a 4.000 notas fiscais mensais, exigindo uma equipe de 3-4 pessoas. Hoje, um agente automatizaria grande parte desse processo.
Interessante não?
Agora, vamos parar de falar sobre mercado, e trazer uma dica para quem pensa em montar um agente de Micro-SaaS.
Construindo seu agente de Micro-SaaS para B2B
O processo é bem parecido com um Micro-SaaS, por isso, não vou me aprofundar muito em detalhes. A maior diferença é que você, no caso, vai vender para empresas maiores. Existem algumas etapas que você precisa saber.
1. Escolha um nicho específico
É muito importante escolher uma vertical e nichar dentro dela. Principalmente, por estarmos falando de longos ciclos de venda. Isso significa que você pode demorar para validar seu ICP, então, é importante ter um “laser focus”.
2. Valide sua proposta de valor
Antes de sair construindo ferramentas, utilize estruturas simples para validar sua proposta. A inteligência artificial está se tornando uma commodity - o diferencial será sua proposta de valor. Seu foco é sempre gerar pelo menos 10x mais valor do que o cliente já tem hoje, com a solução atual.
3. Crie um MVA (Minimal Viable Agent)
Desenvolva um agente mínimo viável que resolva uma única tarefa com excelência. É o que muitos chamam de MVA (Minimal Viable Agent). O ideal é fazer isso em um curto período de tempo, pois o foco é testar.
4. Busque um parceiro especialista
Se você não domina o mercado (ou não tem afinidade), traga um parceiro que entenda profundamente esse setor. Por exemplo, se você quer construir agentes para áreas de RH, mas, não conhece nenhuma empresa grande para começar, busque um parceiro especialista na área.
5. Faça POC’s simples e rápidas
Converse com os usuários, tente validar o máximo que você puder através de entrevistas. Sua missão é conseguir uma POC (prova de conceito) o mais rápido possível com a empresa. Por isso, normalmente, outbound via LinkedIn ou introduções via networking tendem a acelerar o processo.
6. Monitore seus agentes com frequência
A inteligência artificial ainda está em evolução, e podem ocorrer erros que afetem a qualidade percebida pelos clientes. Monitoramento constante é fundamental.
7. Defina uma estratégia de crescimento clara
Acredito que, no Brasil, ainda existe muito espaço para que os Micro-SaaS e agentes cresçam "comendo pelas bordas" do mercado, enquanto as grandes empresas continuam focadas no topo da pirâmide.
A base da pirâmide, onde os Micro-SaaS estão ganhando força, oferece soluções para pequenas e médias empresas que, muitas vezes, não teriam acesso às grandes soluções de SaaS.
Um resumo, pensando no cenário brasileiro
Estamos vivendo um momento histórico para construir Micro-SaaS utilizando inteligência artificial. Se você trabalha com automação ou IA, considere desenvolver um Micro-SaaS para vender desde o primeiro dia, principalmente para B2B - o mercado precisa desesperadamente dessas soluções.
Quando pensar no modelo de negócio do seu agente, ou seja, em estratégias de precificação, seja por uso, sucesso, token ou crédito, faça uma análise de concorrentes para entender como eles estão precificando. Se você for muito diferente do que o mercado pratica, terá dificuldade em achar “early-adopters” - lembre-se de testar um modelo híbrido, se tiver em dúvida.
As médias e grandes empresas no Brasil também têm potencial para contratar esse tipo de serviço. Dependendo do seu ICP (Ideal Customer Profile), as PMEs podem ser tão desafiadoras quanto pessoas físicas, enquanto o verdadeiro "filé mignon" do mercado global são as médias e grandes empresas.
Com a desagregação dos fornecedores, existe também a chance de que essas grandes empresas comecem a abrir mais espaço para atrair empresas qualificadas - inclusive, as menores.
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Espero que esta edição tenha trazido para vocês muita inspiração e uma visão clara das oportunidades e desafios deste mercado em constante evolução.
Obrigado por ler até aqui :)
você me deu uma ideia :)