Transformando micro serviços em Micro-SaaS
Curiosidade: Precificação é 1% matemática e 99% curiosidade
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Curiosidades
Encontrei essa thread no Twitter sobre precificação e achei genial. Talvez te ajude :)
Transformando micro serviços em Micro-SaaS: o caso de Felipe Barcelos
O estudo de caso de hoje é de um Micro-SaaS da própria comunidade
Quem é Felipe Barcelos
Aos 9 anos de idade, Felipe começou a programar por conta do trabalho de seu pai, que tinha, na época, uma empresa de engenharia, permitindo que tivesse contato com software desde cedo (na época, visual basic). Desde então, se apaixonou por tecnologia.
Assim, passou os anos seguinte estudando TI, tanto que aos 14 já tinha feito vários cursos e conquistado diversos certificados. Aos 18 anos, abriu sua primeira agência de desenvolvimento e marketing.
O perfil de cliente que Felipe começou a atender consistia em pessoas leigas em construir negócios digitas - normalmente vinham com uma ideia. Felipe, então, ajudava com toda UX, UI e desenvolvimento do produto. Inclusive, tinha alguns clientes que Felipe ajudava no lançamento.
Com essa experiência, em todo o processo de construir e lançar produtos, sua equipe chegou a ter 12 pessoas em determinado momento, mas, como nem tudo são flores, Felipe tinha muita dificuldade em escalar seu negócio nesse modelo de agência.
Homem hora vs SaaS
Seu primeiro Micro-SaaS surgiu depois de refletir que vários clientes tinham dificuldade em conseguir lançar produtos - o Nuinsta - uma ferramenta de automação de publicações e de seguidores.
A ideia inicial era criar uma ferramenta central de automação de publicações (que não existia na época), mas, Felipe acabou aproveitando e construindo uma ferramenta para ajudar as pessoas a conseguirem seguidores mais rápido. Como?
O usuário pode criar um filtro dentro da ferramenta, por exemplo, para a ferramenta seguir todas as pessoas de uma determinada hashtag, influencer ou segmento (através de um bot).
Testando seu MVP, Felipe gerou 2.500 usuários em 20 dias em sua conta.
Mas, algumas semanas depois, para sua infelicidade, o Instagram mudou as políticas e começou a banir esse tipo de ação dentro da ferramenta.
A primeira grande lição foi não criar uma plataforma que dependa da outra.
Um passo para frente, dois para trás
Depois da dura lição do Nuinsta, logo depois, em 2019, Felipe decidiu voltar com sua agência, mas, dessa vez, optou por focar mais em parcerias do que vendas de serviço.
A ideia do modelo de parcerias era entrar como sócio nos projetos, e não somente entregar projetos.
“Estar mais presente com uma visão de produto, e não só de tecnologia”.
Alguns meses e várias parcerias depois, Felipe já tinha montado uma base de vários micro serviços para reutilizar com seus clientes. Desde módulos prontos, como login, sistema de pagamento, blog, etc. Também desenvolveu Micro-SaaS para automatizar processos e projetos dentro de seus clientes.
Alguns micro serviços desenvolvidos:
1 - Ferramenta de e-mail marketing,
2 - Ferramenta de notificação por WhatsApp,
3 - Ferramenta de recrutamento e seleção;
4 - Ferramenta de e-learning;
5 - Micro serviço de recuperação de carrinho por WhatsApp e SMS.
E trabalhando com esses parceiros, Felipe começou a validar várias ideias ao receber feedbacks e elogios dos clientes, mas na hora não percebeu que daria para transformar esses pequenos projetos em oportunidades.
Timing
Durante sua jornada, Felipe se deparou com um projeto de um antigo colega de trabalho, Otávio Lima, que o fez repensar no seu modelo de agência. Os dois se juntaram e construíram o portal Cardano Feed.
A Cardano é uma das principais moedas do mundo crypto, e antes mesmo de conhecer o mundo da Web3, Felipe, já sabia que precisava estudar blockchain para dar o próximo passo na carreira.
Quando Otavio trouxe essa oportunidade para trabalhar com uma das maiores moedas do mundo, Felipe percebeu que poderia juntar o útil ao agradável - o interesse por trabalhar com blockchain e o projeto que ele acreditava que poderia, de fato, trazer uma renda significativa.
Então, Felipe resolveu deixar todos os outros projetos de lado e focar exclusivamente na Cardano Feed, que já chegou a ter 1M de pageviews em um único mês.
Para colocar o projeto em pé, Felipe utilizou vários de seus micro serviços desenvolvidos, e conseguiu fazer o MVP em algumas poucas sprints.
A primeira ideia de Micro-SaaS
A ideia da Notifylog veio durante a estruturação da Cardano Feed, quando percebeu que tinha vários micro serviços prontos e que poderiam ser usados no projeto. Se ele tinha essa dor, então outras pessoas deveriam ter.
Foi aí que ele lembrou que seus micro serviços eram muito requisitados pelos clientes, e um deles era uma ferramenta que pudesse enviar notificações de forma simples sobre eventos.
Validando de forma rápida
Felipe por ter feito o sistema para parceiros já entendia que era a persona e a proposta de valor do produto. Sabia que os desenvolvedores viam valor em ter uma ferramenta de notificação de eventos bem simples.
Sabia, também, que poderia construir esse projeto dentro da comunidade de Micro-SaaS e se beneficiar dos feedbacks vindos diretamente de seu público alvo. Resolveu partir direto para o MVP usando seu micro serviço já desenvolvido para outros clientes, e lançou a ferramenta inicialmente para a comunidade e logo em seguida para a comunidade internacional através do Product Hunt.
#BuildinPublic
Para conseguir seus primeiros clientes, Felipe resolveu adotar a estratégia do Build In Public dentro da comunidade. Com +1.500 membros participando do grupo, sabia que tinha a oportunidade de conseguir bastante feedback do grupo.
MVP’s rápidos
A estratégia de Felipe, então, foi fazer o MVP o mais breve possível, desde a formulação do front-end, adaptação para modelo SaaS, integração com stripe, documentação, roadmap, e blog. Fez tudo em 21 dias.
“Sofria muito em tentar montar os produtos perfeitos. Agora, tento fazer tudo o mais rápido possível”.
Lançamento nacional e internacional
Otávio, sócio do Felipe, o ajudou a lançar seu Micro-SaaS já pensando no mercado internacional, então, desde o primeiro dia já tinham um gateway e uma estrutura de pagamento no exterior.
O lançamento foi feito algumas vezes dentro da comunidade e, lá fora - que trouxe mais de 250 usuários para sua plataforma e permitiu gerar uma quantidade significativa de feedbacks.
Além disso, o roadmap público também ajudou bastante com os feedbacks (dica da comunidade).
Versão 1.0
Depois de testar de forma gratuita e conseguir vários feedbacks, Felipe agora prepara o lançamento da sua primeira versão, que inclui seu primeiro modelo de monetização.
O modelo de preço foi feito em cima do principal ativo (proposta de valor), que são as integrações. Em vez de fazer uma precificação fixa, resolveram fazer flexível - oferecendo canais ilimitados e membros do time ilimitado.
A ideia era fazer algo bem “flexível”, para qualquer pessoa usar sem grandes barreiras de entrada.
Qual conselho Felipe daria há 3 anos atrás?
Desenvolver um processo e focar em criação de produtos. Prestação de serviço é uma ótima forma de ganhar dinheiro, mas, fazer produtos é o mais escalável.
Teve excelentes ideias, mas, por muito tempo, permanecia sendo perfeccionista e querendo ser o melhor. Com isso, perdeu timing, oportunidades e dinheiro. Não faria mais isso e tentaria lançar o mais rápido possível.
Valide rápido e coloque o mais rápido possível na mão das pessoas para testarem. “Temos várias ideias, mas as pessoas usando matam todas elas rapidinho”. Feedbacks são super importantes para saber se você realmente tem um produto e não só uma ideia.
Dica extra: Ganhar tempo com AI
Muito do marketing, artigos, e textos que Felipe fez foram através de AI. Foi uma ótima forma de otimizar o tempo que teve na produção do MVP.
Por exemplo, dentro do Notifylog, há vários providers. Grande parte foi a AI que fez a integração funcionar.
Para os artigos do blog, passava os temas que precisava e ia “modelando”.
Obrigado por ler até aqui :)