Micro-SaaS, ideias e nichos
Algumas ideias de exercícios práticos para montar seu primeiro SaaS
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Aprendizados sobre Micro Private Equity
- Montar um Micro Private Equity está em um bom timing. Tenho várias razões para acreditar nisso. A principal, é que tem bastante gente afim de por dinheiro nesse mercado, mesmo em uma recessão.
- Tinha 2 teorias de Personas por trás do Micro-SaaS: O empreendedor early-stage que virou um “distressed-asset” e o desenvolvedor Indie Hacker. O segundo está certo, achamos um nicho e um canal mas ainda tenho dúvidas sobre a compra/venda e as motivações do empreendedor.
- Aqui uma tese louca de investimento: e se a gente montar um fundo para comprar participação do MRR do empreender em troca de equity de uma “nave mãe” que possui vários Micro-SaaS, e distribuir esse dividendo para todos empreendedores e uma vez por ano, permitir que eles comprem/vendem ações entre eles? Todos teriam um ganho significativo. Em paralelo, conseguimos entra com todo suporte estrutural para o empreendedor se focar no que gosta e é bom. Faz sentido essa tese? Tem gente fazendo isso lá fora? Sim. Espero em breve trazer novidades.
Nossa comunidade do Telegram tem gerado muitos aprendizados. Eis alguns interessantes:
- O perfil do brasileiro de Micro-SaaS é diferente do perfil americano. Enquanto lá o pessoal constroí um software pensando no próximo - criando uma fila de produtos, o brasileiro ainda acredita muito na ideia do projeto dele. Isso é bom e ao mesmo tempo não é.
Uma empresa você pega feedbacks e pivota. Uma ideia, é só uma ideia 🤷🏽♀️
- Estão surgindo as primeiras pessoas interessadas em comprar Micro-SaaS na comunidade. Quem quer vender?
- Se lá fora o multiplo de compra varia entre 3 a 5 vezes. Qual será o multiplo no Brasil dado que há: 1) pouca oferta e culturalmente falando, 2) os empreendedores não querem vender seu SaaS?
- Lá fora, está rolando uma discussão de “pricing”. Resumindo, muitos acham que menos de 10x é pouco para um business bootstrap. A média do MicroAcquire tem sido 4.3x para negócios abaixo de R$ 100k e 2,7x para acima de R$ 100k. Qual seria o número aqui?
- Um Micro-SaaS demora em média 270 dias para atingir R$ 833 reais de MRR/R$ 10k de ARR e 463 dias para atingir R$ 8.3k MRR/R$ 100k ARR
Pesquisa sobre tamanho dos Micro-SaaS da comunidade:
- 50% não tem Micro-Saas
- 16% tem mas não fatura ainda
- 15% faturam entre R$ 500 e R$ 3k
- 19% fatura acima de 5k
Micro-SaaS, ideias e nichos
Neste artigo, vou compartilhar algumas experiências pessoais e de outros indie hackers sobre algumas ideias de como achar um mercado e um problema para resolver.
1. Faça um brainstorming de ideias a partir do seu próprio dia a dia
As soluções em Micro-SaaS são por essência solucionadoras de problemas pontuais. Para encontrar estes problemas, seu foco inicial deve ser no seu dia a dia, por exemplo:
- Quais processos poderiam ser otimizados?
- Como você pode realizar uma atividade específica em menos tempo?
Outra forma para investigar uma boa solução é a seguinte: pense nos seus desafios pessoais e profissionais ao longo do dia.
- Eles poderiam ser mitigados através da tecnologia que você já conhece?
- O que você consegue perceber como um gap de mercado?
- Que etapa do processo é ineficiente e você poderia melhorar?
- Existe algum processo repetivivo que daria para ser automatizado?
- Como facilitar a atualização?
- Tudo isso poderia ser copiado facilmente?
Especialistas como Arvid Kahl sugerem: pesquise dentro do seu próprio nicho de atuação. Os melhores produtos são aqueles que existem dentro do que você já domina e ainda não adotaram tecnologia suficiente.
Aí então deve estar o seu foco. Treine o seu olhar para deixá-lo afiado e poder enxergar possíveis falhas a serem sanadas. Outro ponto importante: não foque em apenas uma ideia. Tente extrair o máximo de ideias possíveis para serem avaliadas posteriormente.
Nesta etapa, a quantidade importa mais do que a qualidade das suas ideias.
Organize-se e anote-as de forma que você possa manter a inspiração fluindo ao longo do dia.
2. Como descobrir se a sua ideia é boa
Após o brainstorm, chegou a hora de avaliar se as suas ideias são boas ou não. Para isso, os seguintes critérios devem ser levados em conta:
- As pessoas já pagam por este tipo de serviço?
Se não pagam, reavalie se a ideia é boa. Tentar criar uma frente nova no mercado pode ser muito caro. Sua solução é 5x melhor ou 5x mais barata? Fica a reflexão.
- Como eu vou conseguir os meus primeiros 25 clientes pagantes?
Se a sua ideia de produto não trouxer uma solução simples e rápida, junto com clareza na execução, ela não é boa. No caso do MeuGrupo.VIP do Jonatan Fróes a estratégia foi fazer um lançamento com plano anual com desconto e depois colocar Google Ads para fim de funil. Validando seu MVP e o interesse do mercado.
- Esta ideia pode ser facilmente copiada?
Aí está um ponto delicado. Sua ideia deve ser simples, mas não a ponto de entregar uma pesquisa de mercado completa de bandeja no colo do seu concorrente. Se você acha que, em uma semana, seu concorrente poderia escrever um software similar ao seu, talvez não seja o melhor projeto. Barreira de entrada é muito baixa. E provavelmente, você deve se perguntar: se é tão fácil entrar neste mercado, porque não tem ninguém nele agora? A resposta pode te surpreender.
- Você é a pessoa certa para construir este software?
Lembre-se que sua ideia pode dar certo ou não. Tudo depende da sua dedicação ao projeto. Não da para inventar a roda. Você precisa fazer o que pode com o que tem em mãos. O jogo do Micro-SaaS é o jogo do longo prazo, e o tempo é seu maior aliado. Mas esse projeto, precisa te dar satisfação na jornada do desenvolvimento e validação.
Fazer este exercício te ajudará a desapegar inicialmente das ideias ruins, ganhar tempo e focar no que realmente importa: demandas que podem te trazer renda passiva no curto prazo. O conselho mais importante que deixo aqui: entreviste bastante pessoas com a dor que você quer resolver.
3. Dicas estratégicas para facilitar o seu trabalho
Chegou a hora de colocar a cabeça pra pensar no seu futuro negócio.
- Como fazer uma solução mais barata para meus clientes?
- Como posso criar uma solução melhor do que as que já existem e são monetizadas?
Outra forma de agregar ainda mais valor ao seu trabalho seria criar uma audiência, uma comunidade, um local para troca de ideias que facilite seu recebimento de feedback.
Posso citar 2 exemplos aqui: Primeiro a própria comunidade do Micro-SaaS. Montar um grupo de pessoas unidas por um propósito é extremamente importante para colher feedbacks e entender mais o mercado. Outro caso é novamente o do Jonathan Fróes. No caso, ele montou um grupo de Whatsapp para divulgar o roadmap do produto que acabou se tornando um pilar importante no crescimento do seu Micro-SaaS e feedbacks dos usuários.
Quanto mais próximo for o seu contato com seus futuros clientes, mais aumentam as suas chances de criar um produto forte e sustentável. Isso é um fato. O contato direto com o consumidor te mostra as atualizações necessárias de acordo com a necessidade latente que eles possuem.
De acordo com Pieter Levels, você nunca sabe onde a sua ideia acaba, e o contato constante com uma comunidade te coloca nos eixos, evitando criar itens desnecessários. Esta é, disparado, a melhor forma de pesquisar as dores e demandas e levá-las rapidamente ao seu produto.
4. Vá além das ideias
Tom Zaragoza nos traz uma abordagem diferenciada e curiosa. Ele nos convida a não focar somente em ideias, mas em procurar problemas reais para resolver. De acordo com ele, este exercício é um grande gerador constante de boas ideias. Veja um exemplo:
Escolha uma loja e uma categoria (pode ser Apple store, Google store, Chrome store, etc).
Dentro da categoria, procure produtos com mais downloads e reviews ruins.
Avalie os comentários e você encontrará uma imensidão de problemas com demandas urgentes a serem resolvidos.
Lembre-se: se um usuário investiu o tempo dele numa review ruim, é porque aquele ponto é realmente importante pra ele.
Uma pequena mudança na forma de pensar um problema pode ser de grande ajuda ao longo do processo.
5. Sua ideia não precisa ser gigante. Como diz Pieter Levels, não precisa ser “earth-shattering”.
Pieter diz que o melhor projeto é aquele que nasce pequeno de algo pequeno. E aos poucos, começa a crescer e naturalmente ir crescendo de mercado. Outro ponto é que você não sabe onde você vai acabar. A máquina precisa de feedbacks constantes dos seus usuários para você construir o que as pessoas querem ou não querem. Isso não surge simplesmente de uma ideia. Você precisa começar pequeno.
6. Complexidade de produto
De acordo com Preetam Nath, como estamos pensando em Micro-SaaS, e consecutivamente um negócio pequeno de uma ou duas pessoas, vai ser muito difícil construir um super produto. O ideal é que seja algo atingível dentro dos seus recursos. Se seu MVP demorar mais de 2 a 3 semanas para construir, você provavelmente está no caminho errado. Se seu MLP (produto mínimo amável) demora entre 4 a 8 semanas para desenvolver e você ainda não tem clientes pagando, você talvez precise repensar sua ideia e seu projeto.
7. Soluções de nicho de grandes mercados de empresas de SaaS
Entrar em um mercado existente e encontrar uma oportunidade para ganhar clientes é uma excelente alternativa. Existem grandes empresas que possuem funcionalidades que deixam seus usuários frustados. As vezes, se você construir uma solução melhor em cima de um mercado já existente. Também, você pode pegar um produto com uma interface desatualizada e construir uma interface mais intuitiva, se focando em resolver um problema ou dois com uma bela interface.
8. No Brasil, gosto da ideia de “produtizar” serviço
Enquanto técnicamente não é um Micro-SaaS, eu acho fascinante a ideia de você produtizar serviços através de receita recorrente. É claro que todo objetivo do Micro-SaaS, desde a essência do seu nome é sobre Software como serviço, mas no Brasil se você encontrar serviços que são frequentes e fáceis de entregar e montar uma empresa em cima. Design é um grande exemplo. No Brasil existem dois exemplos disso: Hubee e Hubify.
Alguns Indie Hackers por trás destas dicas para vocês seguirem
Tyler Tringas
Tyler Tringas criou uma abordagem chamada “o moedor de carne” - The Meat Grinder.
Segundo ele, ter ideias é a parte mais fácil do processo. A parte difícil é saber se elas são boas ou não. E como você descobre isso? Justamente aplicando as perguntas que você aprendeu aqui ao longo do artigo.
Portanto, crie o exercício de instigar, anotar e desenrolar os detalhes das ideias numa espécie de brainstorm inicial. Afinal, quanto maior a quantidade de ideias que você puder gerar, menos tempo você perde dando muita importância a uma ideia ruim.
Arvid Kahl
Já Arvid Kahl nos dá outra dica de ouro: encontre um grupo de interesses do qual você faça parte. Ex: amantes de café, praticantes de corrida, leitores ávidos, etc.
Pense agora em como este mercado poderia se beneficiar de uma transferência de tecnologia.
São detalhes da rotina que podem ser otimizados se você mantiver o olhar cuidadoso e o ouvido atento às demandas deste grupo.
Pieter Levels
Já Pieter Levels é o criador da metáfora “Scratch your own itch”, ou “faça o que precisa ser feito”. Ele nos diz que as ideias não precisam ser gigantes, ou “earth shatering”.
O melhor projeto é aquele que nasce pequeno e simples. Aos poucos, cresce naturalmente.
Se você tentar solucionar um problema grande demais, provavelmente investirá muito tempo numa solução que será cara.
Este tipo de problema provavelmente já está sendo sanado por alguma empresa milionária.
Mantenha o seu foco em problemas pontuais, raros e nichados. Eles são a escolha mais acertada para o seu futuro negócio.
Espero que a sua escolha esteja mais clara após a leitura deste artigo.
Obrigado por ler até aqui.
Bom dia Bruno, venho acompanhando seu blog Micro-Saas, achei interessante seu conceito de Micro Private Equity, incluindo sua tese louca, rsrsrs.
Estou desenvolvendo algumas ideias relacionadas à tokenização de ativos, fico pensando se isto pode se encaixar na criação de um mercado ativo de micro-saas.
Bom, também vou apresentar a minha tese maluca...Talvez os processos de M&A acabem deixando um "lixo tóxico" na economia, será que todos os ativos que se adquirem são reaproveitados pelo adquirente? Me parece que parte dos ativos são 'desativados' por falta de separabilidade, enquanto poderiam ser reutilizados em uma outra operação. Entendo que iniciar a construção de ativos de forma 'desacoplada' pode gerar um ganho de eficiência para o ecossistema como um todo, eles funcionariam como 'blocos construtores' a serem alugados para projetos maiores, mas caso deixem de ser relevantes para o ativo principal, poderiam ser reaproveitados em usos alternativos, o que lhes conferiria um custo de oportunidade (e, portanto, um valor de mercado). Será que o Micro Private Equity pode atender a essa necessidade? abs!
Bruno, muito bom artigo. Parabéns!
Você tem os dados no detalhe que compõem essas estatísticas? Queria estudar semelhanças nos SaaS que começam a faturar cedo e tem uma saída acima de $100k