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Micro-SaaS no-code: Pipemob
Entrevista David Rocha - Case Pipemob (no-code)
Quem é o David
David Rocha tem 41 anos, é casado há 23 anos, e tem 2 filhos. Começou a trabalhar desde criança, vendendo picolé e jornais. Na sua trajetória, acabou estudando no SENAI e, então, se formou como eletricista. Quando se formou tinha 18 anos, e passou a trabalhar na área de serviços elétricos.
Na época, seu sogro tinha uma empresa de montagem de frigoríficos e o convidou para trabalhar com ele. Ficou trabalhando com seu sogro até os 26 anos, e durante esse período aprendeu muito sobre gestão de negócios. Obteve conhecimentos, principalmente, sobre como lidar com pessoas, especialmente aquelas que representam mão de obra na ponta. Na empresa, liderava cerca de 6 a 7 pessoas, o que o fez desenvolver suas habilidades de gestão.
Foi nessa empreitada que David teve seu primeiro contato com computador. No começo, usava o equipamento somente para trabalhar com planilhas e com Word – até porque, na época, a internet era bem ruim (rs). Até então, nunca havia passado pela sua cabeça ser programador ou desenvolver sistemas.
Em seguida, abriu uma empresa de desenvolvimento de sites, terceirizando toda a mão de obra. Na ocasião, fez um sistema de revenda de veículos, e esse foi seu primeiro negócio que deu “certo”. Trabalhou 5 anos nesse projeto, mas o fato de ter receita transacional acabou sendo muito complicado. Não ter recorrência, então, o desmotivou a seguir com o projeto.
“Vendia o almoço para pagar o jantar”.
Surgiu, logo, uma oportunidade de trabalhar com uma empresa de imobiliárias. Trabalhava para essa organização fazendo portais para as imobiliárias. Na época, liderava um time de desenvolvedores para desenvolverem portais. Sempre gostou de gestão e de vender – o que acabou casando sua experiência com sua agência.
Com o tempo, notou que estava cansado de depender de terceiros para desenvolver e, finalmente, resolveu estudar PHP pelo Youtube.
Primeiro Micro-SaaS: AmoCash
David desenvolveu seu primeiro sistema a partir de vídeos no Youtube, e chegou a ter mais de 100 clientes. O processo de montar todo sistema e vender sempre foi manual, e acabava tendo que ficar vendendo tudo por Whastapp.
Com o tempo, foi tendo churn de clientes por vários motivos, o que o fez chegar à conclusão de que a ferramenta não fazia sentido, decidindo, então, fechar.
Considerando que seu projeto não tinha dado certo, David precisou encontrar uma solução para faturar, e acabou se tornando motorista de Uber. 3 meses depois, inconformado com sua situação, resolveu ir atrás de um curso para se profissionalizar. Sua ideia não era encontrar um emprego, mas, sim, empreender.
Foi ai que conheceu o curso Sem Codar do Renato Asse.
Seu segundo Micro-SaaS surgiu de uma corrida de Uber: SuperDelícia
Durante uma corrida de Uber, David conheceu um proprietário de uma pizzaria, e logo teve a ideia de propor a criação de um módulo para os clientes da pizzaria realizarem seus pedidos – um web app. Perguntou ao dono da pizzaria se ele aceitava esperar 3 meses para ter o produto pronto, explicando que era estudante de desenvolvimento e que, por isso, cobraria um valor mais barato.
O novo cliente aceitou o prazo proposto por David, e em 3 meses ele conseguiu entregar um super projeto. Apesar de, na ocasião, estar trabalhando 12 horas por dia com o Uber, se dedicava, ainda, mais 3 ou 4 horas para estudar Bubble e mergulhar no projeto.
Curiosidade: O projeto que David entregou acabou se tornando famoso na comunidade Sem Codar e, por isso, começou a vender vários templates - lhe rendendo mais de R$ 30 mil dentro da própria comunidade.
A partir disso, começou a vender mentorias. Ele cobrava R$ 25 reais a hora para a comunidade no-code. David ficou maravilhado com esse resultado, porque, na época, R$ 25 era o que ganhava por hora trabalhada no Uber, mas, com a consultoria ele não precisava pagar a gasolina (hehe) – diminuindo seus custos.
Hoje, ele cobra R$ 150 a hora trabalhada e, devido a tantas demandas, tem rejeitado as mentorias.
Pipemob, seu Micro-SaaS de maior sucesso hoje
Na mesma comunidade que levou seu primeiro projeto, David recebeu a indicação de um cliente que precisava de um sistema de imobiliárias. Negociou com esse cliente, e assim surgiu o Pipemob.
A dor da empresa era a organização da esteira de compra e venda de imóveis. Sem essa organização, não tinham uma visão geral do que estava acontecendo com a imobiliária. Precisavam ter, no mínimo, uma ideia de quantas vendas realizaram, quando as vendas aconteceram, em que etapa estavam as vendas em andamento, entre outras questões. Antes do sistema, era tudo feito em planilhas do Excel.
A solução então proposta por David foi criar uma visão tipo kanban, mostrando os imóveis em cada situação. Essa ideia foi inspirada, especialmente, no Trello e Pipedrive. Assim, acabou surgindo uma solução que não havia no mercado.
O desenvolvimento do Pipemob durou aproximadamente 8 meses e, há 3 meses atrás, organizou toda a estrutura comercial para vender. Atualmente, já são mais de 100 imobiliárias no sistema, o que gera um faturamento de R$ 25k de MRR.
Nessa jornada, David aprendeu que imobiliárias muito pequenas não são seu público-alvo, já que várias empresas desse porte foram dando churn no decorrer dos testes.
Uma das jogadas que tem ajudado muito no crescimento é a antecipação de comissão dos vendedores. Essa estratégia tem dado um excelente retorno financeiro e, para as imobiliárias, isso tem sido de grande valor.
Recentemente, recebeu um aporte de R$ 300k de investidores anjos para crescer o projeto, com um valuation de 3M.
Próximos passos do Pipemob
Considerando o resultado obtido até então, David pretende, agora, abrir as vendas agressivamente para o mercado e, ao mesmo tempo, consolidar a empresa dentro da Remax (atualmente cliente que abrange mais de 600 imobiliárias).
Nesse sentido, parou de desenvolver soluções e, então, está focando nas vendas.
Sem mais novas features – o foco principal são as vendas.
Existem mais projetos a caminho?
ZapBeta (no-code)
Zapbeta é um sistema de gerenciamento de mensagens em massa que elimina grupos e listas de transmissão no Whatsapp, além de automatizar mensagens programadas.
O projeto já está pronto, e agora está chegando no mercado. No total, foram 3 meses para fazer este MVP – e, inclusive, nasceu de uma necessidade do Pipemob, que é cliente da ferramenta.
A propósito, David está lançando um programa de afiliado para a ferramenta para colocá-la no mercado – primeira mensalidade + 30% do MRR. Te interessa?
Dicas para empreendedores code/no-code
Desenvolva suas habilidades: Se David não tivesse feito o curso e corrido atrás de adquirir conhecimentos, estaria dirigindo Uber até hoje.
Desenvolva conhecimentos em negociação e vendas: Isso é crucial. O desenvolvedor, normalmente, não sabe vender, por isso, ter aprendido sobre vendas antes de virar desenvolvedor foi crucial para a carreira de David.
Faça network: A comunidade é a fonte de todas as oportunidades que existem hoje. Estar dentro de uma comunidade, conectado com outros empreendedores, abre muitas portas, pode trazer muitos clientes, e muito mais. Sempre esteja conectado.
Procure nichos: Busque pequenos nichos. O dinheiro está em lugares menos esperados. Por exemplo: todo mundo foi atrás de delivery – havia muitas pessoas vendendo app de delivery, mas, ninguém focou em delivery de grãos, açougue etc.
Desenvolvedor sempre acha que produto precisa de mais uma funcionalidade: Entra semana e sai semana, mas não vende. O foco é entender a dor do cliente, montar uma solução, e vender para outras pessoas que tenham a mesma dor. Ser simples e focar em vendas é o mais importante. “Venda só o que já tem”.
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Curiosidade para os que leram até o fim.
Notei muita gente na comunidade em busca de ideias para construir Micro-SaaS. Escrevi sobre isso aqui - deixo uma reflexão do case ConvertKit que surgiu de uma dor do dia a dia do empreendedor.